quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ENTREVISTA E OPINIÃO

Gente, encontrei uma reportagem interessante com a vereadora por São Paulo Mara Gabrilli, maragabrili@camara.sp.gov.br Site: http://www.maragabrili.com.br/ sobre assuntos importantes, inclusive sobre o tema abordado por Manuel Carlos na novela "Viver a Vida". Veja a entrevista:
Para Mara Gabrilli, recuperação de Luciana, de "Viver a Vida" , deveria ser mais lenta
Depois de 8 anos colaborando como colunista da revista TPM, a vereadora Mara Gabrilli, 41, acaba de lançar o livro Íntima Desordem, uma compilação com 50 textos publicados na revista.
Através do livro, Mara, que em 1994 ficou tetraplégica após um acidente e desde 1997 atua como porta-voz e militante em prol dos direitos dos deficientes através da ONG Próximos

Passos (hoje Instituto Mara Gabrilli), realizou um sonho de infância.
Entre as escolhas que entraram no livro estão Uma cadeirante em Trancoso, Menina no espelho e Meu lado vingativo e canibal, que falam de situações triviais e hilariantes como tomar uma enorme chuva e clamar por um banho de banheira na casa de um ilustre desconhecido; a curiosidade das crianças quando vêem uma cadeirante e como matar um mosquito que pousou em seu peito - com um cuspe.
Confira a entrevista que o Virgula fez com Mara para falar do livro e da personagem vivida por Alinne Moraes, que ficou paraplégica na novela das 8, Viver a Vida.
Virgula: Como foi escolher apenas cinquenta entre tantos textos publicados nestes 8 anos como colaboradora da TPM?Mara: Foi maravilhoso reler tudo e sentir aquelas coisas novamente, lembrei do estado emocional em que me encontrava ao escrever cada um. No caso da escolha dos textos, por mim pegaria só os que eu gostava, mas meu editor acabou escolhendo outras coisas também. Entraram vários que eu não considerava tão importante, mas que ele achou que tinham mais sentimento e expressavam mais a minha personalidade do que os de memórias ou passagens mais descritivas.

V: Como a coluna na TPM ajudou no seu desenvolvimento?MG: Voltei a escrever ali né? Foi uma coisa muito importante para mim, que faço diário desde criança e sempre fui uma escritora compulsiva. Após o acidente eu tinha diminuido bastante o hábito, pois tinha que ditar para alguém ou escrever com a boca, o que provocava fortes dores no pescoço.

V: Como foi descobrir a veia política, após o acidente? MG: Sou presidente de ONG há 12 anos, fazia politica e não sabia. Mas eu não tenho um perfil político tradicional, estou aprendendo. É um meio de continuar fazendo o meu trabalho, pois nunca vi o cargo político como fim e nesse aspecto é uma possibildiade muito grande. E como vereadora é infinitamente maior. Acabei conhecendo as necessidades dos deficientes não só pelo meu caso, mas porque abri as portas para as deficientes em geral, surdos, cegos, etc. 95% dos projetos de lei que escrevi foram a partir de pessoas que me trouxeram essas necessidades.

V: O que você está achando da novela das 8 retratar uma personagem que fica paraplégica? MG: Primeiro tem que dar um trofeu para o Manoel Carlos por abordar esse tema, que abre muitas discussões. Acho que a Alinne está fazendo bem o papel, mas é muito diferente da realidade que eu vivi.

V: Como assim?MG: Ela fez a cirurgia e no dia seguinte estava gritando, brigando. Após uma cirurgia daquelas você fica com a voz fraca por meses. Tudo bem que a lesão dela foi mais leve, na 6ª. e na 7ª. vértebra (a de Mara foi na 4ª. e na 5ª, caso mais delicado), mas mesmo assim a pessoa fica fraca, com a cara super abatida. É um processo muito pesado, que interfere no metabolismo do organismo, mexe com a bexiga, o intestino, os rins. No meu caso, afetou a respiração e só voltei a falar depois de 2 meses, sem a ajuda de aparelhos. Eu falava uma sílaba a cada respirada.

V: Como você acha que o comportamento da mãe da Luciana (Alinne), vivida por Lilia Cabral, interfere na recuperação dela?
MG: Ela atrapalha, usa termos muito fortes, diz que a filha está imprestável. Me incomoda porque existe uma crença de que o deficiente tem que se revoltar e achar um culpado, ficar deprimido. Isso tem que mudar. Óbvio que a vida fica muito mais trabalhosa, não é fácil. Mas também não é a coisa mais horrível do mundo. É lógico que seria melhor se eu estivesse andando, mas os maiores sofrimentos que tive nunca aconteceram por que me tornei tetraplégica. Minha concepção de mundo aumentou. Meu amadurecimento foi muito mais profundo e me trouxe coisas que eu não sei se teria em outra situação. Tenho uma memória melhor e outras habilidades que nem desconfiava possuir.

V: Você tem contato com a equipe da novela?MG: Sim, acabei de dar um depoimento que deve entrar no fim de um dos próximos capítulos. Também mandei um e-mail para a Alinne há um tempo atrás, dividindo minha experiência com ela. Ela foi muito receptiva e disse que após ver minhas fotos (Mara posou para um ensaio sensual na TRIP, em 2000), pediu para o Manoel Carlos dar a Luciana a chance de continuar sendo modelo mesmo após o acidente.


Por Carol Ramos
Publicado em 02/12/2009 05:14:00

sábado, 28 de novembro de 2009

INCLUSÃO: VOCÊ ESTÁ PREPARADO ?

Tente responder às questões abaixo e avalie se você é um educador ou uma educadora preparada para a inclusão.
1 - Recusar a matrícula de um aluno por causa de uma deficiência é crime?
2 - Crianças com deficiência física necessitam de cuidados específicos na hora de se movimentar e participar de atividades na escola?
3 - O professor deve propor atividades escolares mais fáceis para crianças com deficiência?
4 - Crianças cegas precisam de profissionais especializados que as ajudem a ir ao banheiro e a se alimentar na hora das refeições?
5 - As crianças surdas são totalmente insensíveis ao som?
6 - Pais de crianças com deficiência podem exigir a matrícula de seus filhos em qualquer escola, pública ou privada?
7 - Quem apresenta comprometimento nos movimentos dos braços e também das pernas tem deficiência múltipla?
8 - Se a criança é cega ou tem baixa visão, é util para ela que a escola tenha placas de sinalização nas portas e corredores?
9 - Estudantes com deficiência podem ajudar colegas sem deficiência nas atividades?
10 - Professores da sala regular devem incentivar estudantes sem deficiência a fazer parte do processo de inclusão de colegas com deficiência?
11 - A criança surda, com atendimento especializado, pode aprende a escrever no mesmo ritmo que as demais?
12 - A criança cega tem condições de reconhecer o rosto dos colegas de classe?
13 - Professores da sala regular podem adaptar materiais para facilitar a participação de estudantes com deficiência?
14 - Os estudantes com deficiência devem opinar sobre as medidas adotadas para apoiá-los na escola regular?
15 - Crianças cegas podem participar das aulas de Educação Física?
16 - Estudantes com deficiência mental conseguem desenvolver as habilidades de ler, escrever e fazer contas e ser independentes?
17 - Mesmo dominando a língua de sinais, a criança surda pode aprender a falar?
18 - Uma escola só pode ser considerada inclusiva quando tem crianças com deficiência?
Fonte: Revista Nova Escola- Agosto de 2007

FORMAÇÃO E RESPONSABILIDADE



Questionados sobre a formação, os diretores apontam uma preocupante contradição: 93% acham que sua primeira formação foi boa ou excelente, mas só 15% consideram que o curso (Pedagogia ou licenciatura numa das disciplinas do Ensino Fundamental) os preparou para o exercício da função de diretor. Ou seja, a faculdade é boa, mas não serve para o que acontece nas escolas... Talvez por isso os cursos específicos de gestão escolar oferecidos pelas redes públicas sejam tão bem avaliados: 89% dos diretores dizem que essas atividades colaboraram muito para a melhoria de seu trabalho. Outra contradição aparece quando os diretores são questionados sobre quem é o responsável pelas notas baixas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Pela ordem, os "culpados" são o governo (48%), a comunidade (16%) e o professor (13%). O aluno, que é vítima do mau ensino, aparece com 9% das citações. Em seguida, vem a escola, com 7%. E o próprio diretor, o que ele tem a ver com o mau desempenho dos estudantes? Só 2% dos consultados acham que têm responsabilidade nisso. Numa visão distorcida, se veem como "importantes para a aprendizagem" (66%), mas não se colocam em cena quando o ensino fracassa.
Quem é o responsável ?
A maioria diz que a responsabilidade pela nota baixa no Ideb é do governo e o diretor aparece como o menos responsável
O mesmo vale para a questão da autonomia no dia a dia. Diante de múltiplas opções, 57% afirmaram que, se pudessem ter mais poder na condução da escola, melhorariam as condições do prédio. Outros 53% escolheram mais liberdade para contratar ou demitir professores. E os aspectos pedagógicos simplesmente inexistem, segundo a pesquisa do Ibope.

O QUE FAZ E PENSA O GESTOR ESCOLAR

Pesquisa mostrou que esses profissionais ainda se preocupam muito mais com a burocracia que com o pedagógico
Os diretores de escolas públicas no Brasil trabalham aproximadamente dez horas por dia. Eles têm, em média, 46 anos de idade - e menos de oito no exercício da função. Em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar da infraestrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, atender os pais, receber as crianças na porta, participar de reuniões com as secretarias de Educação e providenciar material. Sobra pouco tempo para conversar com professores, prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino, a meta essencial da escola. Essas são as principais conclusões de uma pesquisa inédita realizada pelo Ibope entre maio e junho deste ano, a pedido da Fundação Victor Civita. Foram ouvidos 400 diretores de escolas públicas em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo. Cada entrevista durou cerca de 50 minutos e abordou desde características pessoais até a relação com as redes de ensino e com as equipes dentro das escolas. Nesta reportagem, você vai conhecer um pouco mais do perfil desses profissionais, com base em sete aspectos:
- rotina de trabalho,
- formação inicial e continuada,
- responsabilidades pedagógicas,
- autonomia na função,
- relação com as políticas públicas,
- perspectivas para a Educação
- formas de seleção para o cargo.
No dia a dia, os diretores passam muito tempo cuidando de tarefas administrativas - e pouco tempo com questões pedagógicas. Segundo a pesquisa, 90% verificam a produção da merenda todos os dias. O mesmo vale para a supervisão dos serviços de limpeza (84%), o fornecimento de lápis e papel (63%) e a conferência das condições das carteiras (58%). Ainda entre as tarefas que são desempenhadas diariamente, 92% afirmam dedicar tempo para atender pais, 74% para receber os alunos na porta e 89% para observar o relacionamento entre os funcionários e a comunidade. Porém 50% não acompanham as reuniões semanais entre os professores e a coordenação pedagógica. E 25% reconhecem que nunca olham os cadernos dos estudantes para verificar a evolução da aprendizagem. Uma parte dos diretores ouvidos reconhece que tem negligenciado as atividades pedagógicas, mas a maioria aprova a rotina que adota. Para Maria Luiza Alessio, diretora de Fortalecimento Institucional e Gestão da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), o gestor que cuida apenas de administração e infraestrutura esquece que isso só faz sentido quando utilizado como meio para melhorar o desempenho das turmas. "É por isso que à frente de quase todas as unidades há diretores que foram professores e deveriam se lembrar da importância do trabalho de sala de aula", afirma.
Fonte: Revista Nova Escola- Outubro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA



A escola do século XXI tem buscado construir sua identidade em meio a tantos avanços e mudanças que vão desde o modo de viver ao de pensar e agir das pessoas, como forma de atender às necessidades de sua clientela, mas que devido à falta de participação da família e do comprometimento dos governos, ainda é um sonho a ser concretizado. A questão salarial dos seus agentes, a falta de estrutura básica das escolas, a ausência de espaços de construção do conhecimento, bibliotecas, laboratórios entre outros recursos necessários no contexto atual, não tem permitido a escola conseguir exercer efetiva e significativamente o seu papel social. Partindo dessa perspectiva, pretende-se discutir e refletir desde as tendências pedagógicas à função social da escola hoje, buscando compreender a prática docente, suas deficiências e qualidades.Durante muito tempo a educação formal pautou-se na forma pedagógica tradicional que priorizava o conteúdo a ser ensinado e aprendido deixando de lado às necessidades e potencialidades individuais dos alunos, do ser humano que habitava cada corpo, sujeitos do processo. Dessa forma, servia aos interesses da elite burguesa e preparava os indivíduos para única e exclusivamente atender aos interesses dessa classe formando assim, sujeitos mecânicos e alienados que atendessem e acompanhassem o desenvolvimento industrial, efervescente nesse período, e assim o era.A escola é organizada na forma de uma pirâmide em que o aluno encontra-se sujeito à autoridade do professor e este sujeito à autoridade do inspetor e este sujeito à autoridade do diretor, em graus hierárquicos sucessivos típicos daquilo que Marshall McLuhan chamou de Galáxia de Gutemberg, em que a informação classificadora é mais importante que a informação relacional ou a informação relevante.O fato é que o tempo foi passando, a sociedade evoluindo e os problemas decorrentes das diferenças (desigualdades de cor, classe, etc.) aumentando e, com isso, foi – se percebendo a necessidade de considerar o indivíduo e o seu contexto. Foi então que surgiu a Escola Nova, movimento que pretendeu modernizar o ensino, colocando – se a serviço das necessidades sociais de então, e partindo do princípio de que cada indivíduo tem a sua individualidade e potencialidades advindas de suas aptidões naturais. Os conteúdos, nesse contexto, deixaram de ser o foco do ensino e a ênfase foi dada aos métodos, habilidades e pesquisa, pois acreditavam que a criança, uma vez atendida em suas necessidades espontâneas, teria ela condições de sozinha, chegar aos conteúdos.Todo esse processo histórico vivido pela educação mostra a busca incessante por uma pedagogia que promova o indivíduo significativamente, em sua totalidade. Nessa perspectiva é que os agentes educacionais passaram a depositar toda credibilidade numa pedagogia que funcione como ponte de ligação entre a psicologia e o social, o indivíduo e seu contexto, suas particularidades e diversidades, objetivo primeiro da Pedagogia Crítico-Social, “vigente” atualmente.Nesse sentido Libâneo (1995; p. 96) afirma que “(...) O objetivo da escola, assim, será garantir a todos os saberes e as capacidades necessárias a um domínio de todos os campos da atividade humana, condição para redução das desigualdades de origem social.”Partindo de todas essas percepções a cerca do processo vivido pela instituição escola, percebe-se que, ainda hoje, a educação do Brasil não conseguiu construir sua identidade, pois a escola não deve ser uma instituição isolada, fechada e excludente, pelo contrário, deve se constituir espaço plural, rica em diversidade e, também, particularidades, devendo ser assim, aberta e para todos. Afinal, qual o papel social da escola? Redentora de uma sociedade individualista, marginalizada e desumana? Uma instituição governamental falida ainda com as portas abertas? São questionamentos sobre os quais, os educadores, sujeitos ativos na busca pela qualidade pedagógica e pela promoção de seus alunos, buscam respostas como forma de nortear suas ações.Ser educador hoje se tornou uma tarefa ainda mais complexa, quando todos esperam, através destes profissionais e instituição, resolver todos os seus problemas e os dos seus filhos. O fato é que tem sido depositada na escola, responsabilidades que não são dela, são antes, uma questão social, que, portanto, envolve o governo, a sociedade civil organizada e a família, referencial da formação do caráter, ética, crença e moralidade do sujeito do processo em questão.Em suma, é evidente e inquestionável que a escola tenha sua co-responsabilidade social, pois compete a esta promover a inclusão, o respeito à diversidade, despertar para a construção do “eu” e a descoberta do “outro”, mas antes dela, compete a família, instituição primeira na vida da criança, desenvolver a afetividade, a sensibilidade, o respeito, os limites, o conviver. A educação ainda é o caminho para a construção de uma sociedade mais igual mas esta é o meio, o princípio continua sendo a família.Referencial BibliográficoLIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública - a pedagogia crítico-social dos conteúdos. - 13. ed. São Paulo, Ed. Loyola,1995.FABRA, Maria Luísa. A nova pedagogia. Rio de Janeiro: Salvat, 1980.

SEM SENTIDO E SEM DIREÇÃO


OPINIÃO:

Hoje li um artigo que falava da possível coalisão de Heloísa Helena e Marina Silva para as próximas eleições presidenciais,e lá se pedia uma opinião do leitor sobre a nova tática eleitoral. Resolvi opinar por aqui...Tenho observado que aquela velha tendência política bipolarizada de Direita e Esquerda se esvaece, e ao menos por aqui no Brasil ,se dissolve como gelo no calor. No frigir dos ovos...é tudo farinha do mesmo saco!O que é esquerda hoje já foi direita ontem...e vice- versa!Por aqui tem gente que confunde até as bússolas!É só olhar a história dos personagens da história!Eu, na qualidade de eleitor,não acredito em tendências,em discursos, em falácias, em gente que chora seu passado pessoal nos palanques, em gente que grita em nome dos menos favorecidos, tampouco em legendas que mutam de letras em todo o tempo e lugar.Eu acredito em pessoas comprometidas com o que fazem, em pessoas cujos atos são congruentes com o que se prega, em políticos que fazem a diferença, em políticos que pensam no todo, em políticas que favorecem o desenvolvimento social e desbravam o futuro.É nisso que eu acredito.Portanto, eu acredito em Papai Noel! Apesar que até ele já anda me decepcionando...Mas se é milagre...não dá para desacreditar...porque eu acredito em Deus.Dfícil mesmo é buscar por Ele, em meio a tantos deuses da terra, ancorados na bipolaridade política e na ingenuidade dos que acreditam em qualquer coisa, vinda de qualquer um.

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra
Zumbi, líder e mártir do Quilombo de Palmares Dia da Consciência Negra: 20 de Novembro
Autora: maria do socorro cardoso xavier

O termo “Quilombos” se origina de “Kilombos”, dos povos Bantos de Angola na África. Desde o século XVI que se realizava o comércio de escravos africanos para o Brasil onde os proprietários rurais utilizavam a mão de obra escrava no trabalho da lavoura da cana-de-açúcar. Os negros constituíram a mão de obra primordial para a riqueza colonial. Foram eles que trabalharam de sol a sol para os proprietários de terras, senhores de engenho exportadores da cana-de-açúcar para outros países. Foram as negras amas de leite dos filhos dos fazendeiros e preparavam os quitutes mais apetitosos. Foram os negros dos quais herdamos o pendor musical em ritmos saudosistas ou alegres. O samba destaca-se como uma criação do negro. Desde os navios negreiros de que fala nosso inesquecível poeta Castro Alves, porta voz dos escravos, os negros exercitavam sua potente voz entoando cantos de saudade, o “banzo” de sua terra nativa, a África.Os negros não eram tão passivos assim, a partir dos duros castigos e trabalho a eles impostos desenvolveram uma revolta, uma vontade de se libertar daquela dura vida. Fugiam e constituíam os Quilombos, comunidades autônomas longe de zona urbana, que se organizavam em aldeias semelhantes a organização social africana de suas tribos de origem. Ali desenvolviam uma economia de subsistência e até comércio, muitos tendo prosperado e atravessado séculos devido o seu isolamento, se denominando de outra localidade. Os Quilombos espalharam-se por vários estados brasileiros, prova da resistência dos negros a escravidão e aos maus tratos da maioria dos senhores proprietários e seus testas de ferro, os cruéis capitães do mato. Houve ocorrência de Quilombos nos seguintes Estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo (Ivaporanduva no Rio Ribeira do Iguape, lugar remanescente de antigos quilombos), Na Paraíba o Quilombo de “craúnas” e “cumbe”, remanescentes do Quilombo de Palmares em Alagoas. A maioria dos quilombos durou pouco devido a repressão violenta dos senhores proprietários de terra e de escravos que recapturava os escravos, punindo-os severa e cruelmente.O maior exemplo de resistência foi dado pelo líder dos escravos, Zumbi em 1695 no Quilombo de Palmares, com mais de 30 mil pessoas, onde lutou até a exaustão sendo exterminado pelas forças repressoras, dos proprietários rurais, representantes da economia agro-exportadora, açucareira.Mais que justa a Efeméride “Dia da Consciência Negra” em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi. Desde o ano de 1960 que se comemora o Dia da Consciência Negra e oficialmente através de um projeto de lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. É dedicado a reflexão sobre a condição e inclusão do negro na sociedade brasileira. Aí ocorre em todo país, nas Universidades, Escolas e outras entidades, debates, palestras, eventos onde se discute inclusive o preconceito herdado da condição histórica a que foi submetido o negro na sociedade colonial, enfim os males daí decorrentes. Preconceito racial, algo desumano e inadmissível.Há séculos os negros foram vítimas de uma sociedade injusta, desigual que colocou o negro numa posição de inferioridade, sendo excluído do mercado de trabalho especializado. Só as tarefas mais grosseiras eram reservadas ao negro. Mesmo com a libertação da escravatura, através da “Lei Áurea” de 13 de maio de 1888, pela Princesa Izabel, filha de Dom Pedro II, último Monarca brasileiro, dando liberdade aos escravos, perdera o trono no ano seguinte em 1889 quando instaura-se a República no Brasil. Fazia parte da bandeira dos abolicionistas e republicanos, - composto por filósofos, poetas, intelectuais da época que combatiam a escravidão e defendiam a República como melhor forma de governo. Podemos citar Joaquim Nabuco, Quintino Bocaiúva, Benjamin Constant, André Rebouças e outros. Influenciados pelas teorias sócio-políticas e práticas no mundo ocidental, herdadas das revoluções liberais que pregaram a liberdade, a fraternidade, igualdade, a exemplo a Revolução Francesa em 1789 e a Inglaterra com sua revolução industrial, via a sociedade escravocrata brasileira como anacrônica e não rentável perante os olhos do capitalismo em evolução. A Inglaterra queria consumidores para seus produtos manufaturados e o Brasil com uma força de trabalho escrava que não auferia salários, estava prejudicando a marcha da ganância capitalista. Defendiam a instauração do trabalho livre, assalariado em substituição ao trabalho escravo. Inicia-se a imigração italiana, alemã e outras sucessivamente para lavoura do café.Acontece que mesmo sendo abolida definitivamente a escravidão no Brasil através da Lei Áurea pela magnânima Princesa Isabel, os negros não tiveram realmente uma liberdade plena sob o ponto de vista de mercado de trabalho. Os negros não estavam qualificados para trabalharem como operários na zona urbana, pois seu ofício era o trabalho na lavoura da cana-de-açúcar e seus derivados nos engenhos. O mercado de trabalho não absorvia a população ex-escrava, ficando sempre à margem, no exercício de atividades de pouca importância e que não garantia sua subsistência, os biscaites. Muito ex-escravos preferiam permanecer com seus antigos senhores pois ali lhes prestavam serviços domésticos, no roçado, enfim muitos ficaram de confiança do proprietário e se constituíram até nos vaqueiros para pegar o gado dos fazendeiros pelo interior do Nordeste.Em síntese foi o negro que legou ao Brasil colonial sua riqueza maior, em força de trabalho, em cultura, multifacetárias manifestações na dança, música, culinária, criatividades, crenças etc. A miscigenação das raças que deu um produto físico exótico, bonito, tipo as mulatas brasileiras.Atualmente no Brasil os negros correspondem a menos de 10% da população; os pardos ou sejam mestiços de negros com europeus e índios chegam a metade da população. Assim a maioria da população brasileira é miscigenada com negros e índios. Quase ninguém poderá dizer que é de raça pura propriamente dita, pois há sempre próxima ou longínqua miscigenação com o negro e isto é digno, bom e saudável.Não é a cor da pele que vai diminuir o ser humano, e sim o caráter, os valores morais e qualidades que trás consigo. Ninguém é superior nem inferior a ninguém, independente de raça, status social. Hoje o negro está ocupando em todas as esferas da sociedade posições de relevo com dignidade e capacidade intelectual. Não resta dúvida que já sofreu abomináveis preconceitos, mas as lutas, os movimentos reivindicatórios, a tomada de consciência do próprio segmento vem se impondo e gerando resultados positivos no sentido de uma libertação mais ampla.Aquela condição degradante do negro de ser escravo, uma peça, isto está sepultado, graças a Deus! Infelizmente há outros tipos de escravidão no nosso mundo de hoje, pleno século XXI. A fome da África e dos países de terceiro mundo, a violência, prostituição, as drogas.O que há de nivelar mais ainda todos os segmentos étnicos é a educação. Através da utilização dos agentes de ascensão social, os negros, índios, tanto quanto quaisquer grupos raciais minoritários terão acesso a todos os serviços da sociedade. Educação nos três níveis para todos, saúde para todos, emprego, renda, todos os bens. Todos são iguais perante a Lei e principalmente diante de DEUS!E viva Zumbi dos Palmares, Mather Luther King e tantos outros representantes dignos da raça negra!
maria do socorro cardoso xavier
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/2009Código do texto: T1934339

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO X EMOÇÃO

Não há como falar em educação sem que esta esteja atrelada à emoção.É fácil sentir e perceber tal co-relação: lembre-se da primeira palavra que conseguiu ler sem errar. Consegue, lembrar-se da emoção do poder da leitura? Do mundo se descortinando ante seus olhos, das viagens imaginárias nos contos de fadas? Dos príncipes e princesas e do mapa do tesouro escondido?Também é fácil perceber que o ato de educar, está intrinsecamente relacionado a uma teia de emoções que ora são positivas e ora são negativas.Positivas quando torna o aprendizado uma divertida aventura, cheia de caminhos a serem percorridos, cheios de desafios, mas que ao fim do processo, o tesouro do saber será encontrado e as moedas de ouro da aprendizagem encherão nossos olhos de contentamento e orgulho, e uma grande sensação de “eu posso” , “eu consigo” que alimentam a auto-estima nos vêem como a grande recompensa do saber.
Entretanto, a aprendizagem pode ser o pior dos pesadelos, cheio de areias movediças, e com caminhos escuros, que não se chegam a lugar algum, que atormentam nossas crianças, aniquilam sua auto-estima, as tornam introspectivas e retraídas, e com uma sensação insuperável de “eu não posso”, “eu não consigo” e, é aí nesse momento que o sentimento de incapacidade se instala no inconsciente da criança e se tornará uma sombra que andará ali lado a lado com ela. É de fundamental importância em nossa prática docente que saibamos avaliar, em qual estágio se encontram nossas crianças.Se a aprendizagem tem sido uma aventura do saber ou um pesadelo, se estamos conseguindo acionar os passageiros do tempo que existem em cada criança e fazendo com que eles dêem asas à sua imaginação e capacidade de criação e verdadeiramente viajando em cada situação e conseguindo produzir em seu imaginário cada dado ali exposto e traduzindo isso em conhecimento, alimentando nossos pequenos com sonhos a serem realizados, e possibilidades, ou se estamos fortalecendo um imaginário com sombras, com dúvidas, com incertezas, onde lagartos se transformam em dragões assustadores que aprisionam nossas crianças em um labirinto sem saída e que a cada novo dado apresentado se torna ainda mais distante a saída.
Precisamos estar atentos a qual caminho estaremos apresentando e oferecendo a nossos alunos.A educação não deve mais ser tratada como era antigamente, onde não se formavam cidadãos críticos, apenas formavam-se pessoas que repetiam teorias prontas, sem muito o que ser questionado, e em conseqüência disso, perdeu-se o prazer pela educação e esta foi um fardo para muitos, que iam à escola sem saber muito da sua real necessidade, e do real ganho que se teria ali e em conseqüência desse não saber, abandonavam o cominho pela metade, sem colher grandes frutos. A educação tem que ser muito mais que isso, tem que oferecer muito mais que conhecimentos prontos e pré-estabelecidos, precisa proporcionar caminhos. A educação precisa mostrar sua mágica, sua cara e seu encantamento.Essa é nossa função enquanto professores, muito mais que educar, mas encantar, tornar a arte de ensinar um grande aprendizado, mútuo, onde ambas as partes se complementam, porque é impossível dizer que ensinar não anda de mãos dadas com aprender. Cada professor adentra sua sala de aula, com um saber, mas sai desta com outro, cada professor chega com uma visão de mundo, e sai transformado.Essa é a grande mágica da educação! A troca! E se percebermos, não há vida sem troca!

O AMOR NÃO É SUFICIENTE

O amor não é suficiente
· Por Claudia Belfort
“Fiz de tudo para estar ao seu lado. No fim, até ia com ele aos treinamentos. Quando ele estava muito depressivo, eram tempos difíceis. Achava que com amor podíamos superar tudo. Não foi suficiente”. O desabafo feito entre lágrimas é de Teresa, viúva de Robert Enke, 32 anos, goleiro do Hannover e da seleção alemã de futebol que se suicidou esta semana, após seis anos de luta contra a depressão. Enke mantinha seu transtorno em segredo. Temia perder a guarda da filha de 8 meses que o casal adotara – a filha biológica de ambos morreu aos 2 anos vítima de uma doença cardíaca em 2006 - e o tabu contra a doença que, nas palavras do seu treinador, Joerg Sievers, é vista como sinal de fraqueza no meio esportivo.
A frase emocionante da esposa do jogador me fez pensar sobre o papel do amor na depressão. Sua presença ajuda na cura? Sua perda levaria à depressao? Enke viveu as duas situações. Não se pode afirmar que a morte da filha tenha agravado a doença, só a família e seu médico sabem como reagiu à perda. Já a declaração dolorida e frustrada de Teresa revela que ele recebeu muito amor, mesmo assim não resistiu.
Mas será que demonstrações de amor não fazem diferença em casos como esse?
Fazem apenas como fator coadjuvante, explicou a doutora em psiquiatria forense e coordenadora do Departamento de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira de Psiquiatria, Hilda Morana. “A depressão é uma doença e precisa ser tratada com medicação, o amor ajuda na recuperação, não substitui o tratamento”, afirma. O carinho de um parente ou companheiro, no entanto, torna mais confortável a recuperação, mas isso, como alerta Hilda, é comum a todas as doenças.
Idiossincrático o papel do amor, sozinho não pode curar, sozinha, sua quebra pode desencadear a doença. “Não será a causa da depressão”, atesta Hilda. Uma perda, uma separação, me explicou, têm a capacidade de abrir as portas para uma desregulação no cérebro se manifestar. Essa conclusão também está em Luto e Melancolia, de Freud (comentei sobre esse livro há alguns dias) : ” …o luto de um modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. Em algumas pessoas essas mesmas influências produzem melancolia em vez de lutos, por conseguinte, suspeitamos de que essas pessoas possuem uma disposição patológica…”
O ditado “o amor cura tudo” nem sempre é válido.

Fonte: Estadão
Sinapses – a mente também adoece
Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/sinapses/
Acesso em: 13/11/2009

PRECONCEITO

Sempre fui um tanto “prafrentex” e aprendi cedo com meus pais a criar “casca grossa” para resistir a cara feia, gente mal educada, gente injusta. Depois do acidente, quando muitas dúvidas pairavam na minha cabeça e na dos outros, muitas vezes eu tive que engoli seco quando quiseram embutir em mim incapacidades, dificuldades inexistentes para seguir adiante, obstáculos que, para o outro e não para mim, eram intransponíveis.
Não ter nascido num berço abastado, infelizmente, pode embutir na cabeça da gente, sobretudo quando se é ‘deficiente’ ou seja, supostamente inferior ao outro também fisicamente (pelo menos na demência de alguns), a ideia de que ser vítima de preconceito é mais um fardo necessário de se carregar. Galera, esse tempo já era. Se queremos um mundo mais acessível e justo pra esse pessoal que não anda, que não vê e que não ouve, é preciso empunhar o rigor da lei na cara de quem nos desrespeita, nos vê como seres de segunda categoria e acha que pode nos destratar e humilhar. A história que li num blog de uma advogada mineira de Poços de Caldas Ana Carolina Gonçalves Costa, 27, que é cadeirante, intriga a gente pela crueldade, mas nos aponta um rumo futuro, uma maneira de fazer a diferença para nós mesmos. Vejam só:
“Durante toda a minha vida, nunca tinha passado por nenhuma situação de preconceito direto... algumas situações, às vezes, se tornavam constrangedoras para mim, mas era visível que tratava-se de puro desconhecimento por parte do estranho e não chegava a interpretar como má-fé”.
Contudo, há cerca de um mês, a Aninha sentiu aquele gosto amargo de ser destratada, ser ofendida e ser vítima de preconceito direito.
“No início do ano de 2008, estava comprando móveis para o meu escritório, e me dirigi a uma loja para ver algumas cadeiras que estavam na vitrine e que me interessaram. Para entrar no local, é preciso subir alguns degraus, por isso minha mãe entrou, perguntou o preço, forma de pagamento e ficou como intermediária. O dono da loja chegou inclusive a levar a cadeira até a rua para que eu visse e, inclusive, fiz os cheques para pagar ali mesmo”.
Pô, comigo isso já aconteceu várias vezes também. Quando eu não caibo na goma, peço pro vendedor me atender na calçada, na rua, tem miséria, não... na real, tem a miséria do dono da loja que não faz um acesso, né, não?!
“Após alguns dias da compra fiquei sabendo que a loja tinha um acesso lateral com rampa, e me perguntei o porquê do proprietário da loja não ter me convidado a entrar. Passou... Agora,depois de um ano, voltei ao local para ver alguns móveis para minha casa... Ao chegar vi que a porta lateral estava fechada e com um espelho enorme encobrindo a passagem. Solicitei a um funcionário que estava por ali que abrisse o acesso. Ele argumentou que o espelho era grande e que não havia como tirá-lo. Não concordei, sob o argumento de que era tão difícil ter uma rampa decente e onde ela existisse eu não podia admitir que fosse barrada. Então, o rapaz disse que iria procurar alguém para ajudá-lo a tirar o espelho e abrir a porta... assim, subi a rampa e fiquei esperando ao lado da porta.”
Criançada, entenderam tudo até aqui? Rampa de enfeite, acesso bloqueado, o sol na cabeça, a moça ali criando “reiva” da “situation”....
“Percebi que não havia movimentação alguma atrás da porta, mas mesmo assim resolvi esperar para ver no que ia dar. Alguns minutinhos depois o mesmo dono da loja, que já havia me atendido um ano antes, veio ao meu encontro e inteligentemente perguntou se eu queria entrar. Obviamente respondi que sim e obtive a resposta de que ele não possuía chave daquela loja. Ao ver minha indignação com tamanha falta de senso, cidadania, respeito e vivência no século 21, ele tentou me consolar...”
Agora, percebam a sordidez do cara. A má vontade, o “fatalit” que ele deu na Aninha, que a deixou em prantos...
“Ele disse que, mesmo que tivesse a chave, eu não poderia entra na loja dele, pois não havia espaço físico para me receber. Na minha profissão, tenho que ter sangue frio para resolver as mais diferentes situações, mas quando a injustiça bate a nossa porta.... Meu sangue ferveu, comecei a chorar e liguei para a polícia, para que aquela situação ficasse documentada.”
Esta atitude que a Ana tomou é fundamental. A polícia serve pra isso. Pra defender o cidadão e garantir que a lei seja cumprida. No caso, o direito de ir e vir foi violado, a meu ver, além de a atitude do cidadão ser claramente discriminatória. Oras, ele que tirasse tudo lá de dentro para que ela se movimentasse dentro da espelunca....
“Naquele momento não sabia ao certo se estava sendo vítima de um crime, mas sabia que alguma atitude eu tomaria. Tentei, com ajuda de uma amiga delegada, encaixar o ato em todo tipo penal que lembrávamos, mas não conseguimos nada.... A lei n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989, que estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência, não havia nada que me protegesse”.
Pra completar o clima tenso, a Ana ainda teve de aguentar a provocação da filha do dona da loja, um projeto de ”nadia”, com cerca de 18 anos, que dizia que não havia nada a fazer e quem se daria mal era a “deficiente”.
O “nádio” que se preza não pensa duas vezes em falar assim: “Ocê é revoltado. Ocê é mal amado porque não pode andar. Ocê é bravo assim porque sua mãe te deixou cair do berço e ficou todo bagunçado. Ocê devia era ficar em casa em vez de querer melhorar os acessos da rua. Ocê é magoado com mundo porque tem as canela seca”.
Que falta faz um estilingue certas horas, né?
“O policial constatou que realmente a porta estava obstruída...O dono da loja, na cara dura, mentiu dizendo que me dera a opção de esperar para que um chaveiro viesse abrir a porta. No final das contas, ele não admitiu que estava errado”. Bem, essa história poderia acabar com mais um sapo engolido por uma pessoa com deficiência que se lasca vivendo em um mundo paralelo, mas, a Ana pegou seu estilingue, seu cajado da insatisfação e foi pra guerra... “Como brasileiro só aprende quando sente no bolso, formulei uma Ação de Indenização por danos morais, com fundamento no direito de ir e vir de qualquer pessoa, bem como na reparação prevista na Constituição Federal e no Código Civil sempre que alguém cometer um ato ilícito.”
Pessoal, a primeira audiência é no dia 8 de setembro e eu vou estar atento ao resultado. Vejamos que olhar terá a Justiça diante desse constrangimento, dessa marca que fica no coraçãozinho e mente da gente pro muuuito tempo. O reparo pedido é o máximo pedido em um Juizado Especial nos casos de o postulante ter advogado constituído: 40 salários míninos
“Qualquer um, mesmo não sendo advogado, pode entrar com uma ação dessas em sua cidade, desde que estipule como valor da causa uma quantia até 20 salários mínimos.”
**Garimpado em “Assim como você”

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

TAC GARANTE VAGAS PARA DEFICIENTES

TAC garante vagas a deficientes em estacionamentos de supermercados e shoppings
Motorista que ocupar vaga irregularmente será multado e poderá ainda ter o carro guinchado
16:24 - 21/10/2009 por Carlos Madeiro


Supermercados e shoppings de Maceió assinaram nesta quarta-feira um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público Estadual se comprometendo a disponibilizar e garantir o acesso às vagas de estacionamento para os deficientes físicos.
Segundo a lei, os estacionamento são obrigados a reservar e sinalizar 2% das vagas para os deficientes. As vagas devem estar próximas à porta de entrada das lojas, mas segundo o MPE a determinação nem sempre é cumprida.
Em reunião nesta quarta-feira, a promotora Adriana Acioly afirmou que o TAC assinado prevê uma maior sinalização e fiscalização nos estabelecimentos. "Uma das idéias é que os supermercados fechem as vagas com cones e só as libere após a confirmação de que a pessoas que quer o local é deficiente. Funcionários também devem auxiliar essas pessoas. Eles terão responsabilidades", afirmou.
O prazo para adequação dos supermercados e shoppings é até janeiro. Pelo TAC proposto, o motorista que ocupar irregularmente será punido com multa e pode ter o carro apreendido. "Se mesmo com a sinalização um motorista forçar a permanência no local, será autuado com multa leve e pode ter o carro guinchado", assegurou a promotora.
Para garantir o cumprimento da lei, a Superintendência Municipal de Tranporte e Trânsito (SMTT) vai realizar um cadastro dos carros que transportam pessoas com deficiência. Segundo o assessor Especial de Transporte Urbano da SMTT, José Guilherme, o órgão espera a publicação de uma portaria para credenciar esses veículos. "Adesivos serão colados nos carros. É uma forma que temos para garantir a acessibilidade nos estabelecimentos", disse.
O superintendente do Procon tampém garantiu que o órgão vai atuar na fiscalização do cumprimento da lei. "Se alguém se sentir lesado, pode procurar o Procon para denunciar. Os fiscais para rua para fiscalizar o cumprimento da lei", afirmou Cunha.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eleição e Democracia

Amigos, achei interessante a publicação do advogado e escritor Djalma Pinto sobre as Eleições nas escolas publicas e resolvi postá-la no blog em função de ter passado pelo processo recentemente. Leiam e analisem.
Eleições e Democracia
Djalma Pinto
Publicado em Jornal O Povo, a 18.11.2008

As eleições representam o mecanismo mais eficaz para a alternância do poder, característica essencial da democracia. Cada cidadão, detentor de uma fração da soberania popular, escolhe, periodicamente, aqueles que devem conduzir-lhe o destino. Está bem consolidada a compreensão de que o acesso ao poder só pode ocorrer pela via da disputa. Isso já representa um grande avanço para sepultar de vez a cultura distorcida, disseminada na década de 30, que exaltava o golpe e a ruptura da ordem constitucional, introduzindo no poder quem tivesse como predicado apenas a ousadia para afrontar a Constituição. Os tempos são outros e a legitimidade emanada das urnas é a fonte única de credenciamento ao exercício do poder. Há confiança no processo eleitoral e no resultado da votação através do sistema eletrônico. O grande desafio, no momento, é superar a predisposição de alguns candidatos de buscar a investidura, na representação popular, a qualquer custo, atropelando a normalidade do certame. Além disso, é espantosa a compulsão do eleitorado mais carente, para exigir, literalmente, tudo de quem se apresenta para pedir-lhe o voto. A despeito da forma contundente como o legislador reprime o abuso do poder, a fraude e a compra de voto, infelizmente, em muitos locais, as denúncias dessas ilicitudes são excessivas. Abuso do poder político significa utilização da máquina administrativa para favorecimento de candidato. Compra de voto, por sua vez, é a deformação mais constrangedora ,entre as ilicitudes, detectadas no processo eleitoral brasileiro. Garantida a ampla defesa, uma vez comprovados quaisquer desses ilícitos, a cassação do mandato é a grande expectativa da nação para abolir a prática de tais expedientes que deformam a manifestação do povo. Campanhas publicitárias se sucederam em 2008, mostrando que "voto não tem preço tem conseqüência". Entretanto, a linguagem parece não ter sido eficaz para sensibilizar o eleitor carente que continua a votar pelo cimento, tijolo, telha ou remédio. Sociólogos, cientistas políticos, psicólogos e juristas devem persistir na busca da fórmula para convencer um segmento expressivo do corpo eleitoral de que eleição não é "momento para depenar" aqueles que postulam vaga na representação popular. A realidade, em muitos locais, está a demonstrar, sem eufemismo, que entre um candidato que oferece ao eleitor tijolo, emprego ou o dinheiro por ele exigido e outro postulante, que se recusa a entregar-lhe qualquer bem, a vitória no pleito está mais próxima de quem não resiste ao assédio. Eleição, porém, não pode ser confundida com leilão onde o voto é arrematado pela melhor oferta. Qualquer que tenha sido a motivação, invocada para a sua compra, deve ensejar a perda do mandato do comprador. A tolerância, uma vez provada à infração, culminará, cedo ou tarde, com o esfacelamento da democracia pela falta de compromisso com o interesse público naqueles cuja vitória, nas urnas, decorreu de um processo eleitoral viciado. A compra de voto e o abuso para a conquista do mandato subtraem a autoridade para o exercício do poder. A legitimidade se traduz na anuência que motiva a submissão de todos aos que são ungidos ao comando do grupo social pela força do voto, obviamente, sem a mácula do aliciamento ou do uso espúrio da máquina.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PRECONCEITO DE TAXISTA

Caros amigos, hoje trago um assunto chato, porém muito importante na vida de um cadeirante. Tenho recebido muitas queixas de amigos e eu mesmo já fui vítima desse preconceito mais que imbecil por parte de alguns taxistas. Quando necessitamos chamar um taxi, explicamos que é para um cadeirante, que a cadeira desmonta, pelo menos a maioria das cadeiras hoje em dia são desmontáveis, e mesmo assim o taxi demora a chegar, uma demora as vezes, insuportável . Não pelo trânsito, nem pela disponibilidade, mas na maioria das vezes por puro preconceito. Eles se recusam a atender usando as mais absurdas desculpas, e pior, eles não retornam a posição para "central", que fica chamando o tempo todo pelo rádio sem ninguém responder. ISSO LEVA ALGUM TEMPO.
Quando aparece um filho de Deus que atende ao chamado, você já está todo babado de raiva querendo matar o taxista, né não ? Aí você entra, o cara se justifica e começa a relatar o que rola no ponto de apoio. "vou nada, cadeira de rodas arranha meu carro", "oxe, esse aleijados dão um trabalho danado, se urinam, vão melar meu carro", "vou não, vai tú, essas corridas não compensa",, e por ai vai.........Esses FDP acham que nunca podem passar por uma situação como a nossa,, ou até mesmo com um parente deles,, é incrível que num mundo globalizado, onde o setor de serviços requer qualidade, onde acessibilidade é bastante discutida, encontramos ainda esses absurdos. Não tem outra, quando isso acontecer, reclame, grite, denuncie, busque seus direito, afinal, o dinheiro que pagamos é igual ao de todos, assim como o direito de ir e vir.
Em tempo: parabenizo aos taxistas que são prestativos, preparados e que nos ajudam a enfrentar esses pobres de espíritos.

sábado, 29 de agosto de 2009

HANDEBOL DE CADEIRA DE RODAS


Aconteceu no último SÁBADO . 07/08/2009 na Faculdade Estácio de Sá/FAL (Faculdade de Alagoas) das 8h as 12h . e das 14h as 17h Unidade Jatiúca, o CURSO HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS. O curso contou com o apoio da ADEFAL, FEDERAÇÃO ALAGOANA DE HANDEBOL, através dos profs Ricardo Souzza e Ricardo Mago,SEMEL, FAL e UFAL, através do proff. Shyko Farias e seus alunos. A novidade foi bem aceita e os participantes já planejam estipular dia, hora e local para continuar se reunindo e praticando a modalidade. Quem proferiu o curso foi o Prof. MSc. Décio Roberto Calegari, Doutorando em EF Adaptada pela UNICAMP/SP.

EDUCAÇÃO CRIATIVA

Inteligência criativa na Educação (prof.Edinaldo)
29/08/2009
Se o Brasil deseja ser um país de futuro e sustentável precisa mudar imediatamente as suas prioridades. Uma pesquisa do Ibope constatou que a educação ocupa o 6º lugar na lista de prioridades nacionais.
A situação econômica atual, apesar da crise mundial, pode até ser considerada boa. O problema é o futuro do país. Quando, no presente, não tomamos as decisões corretas, com certeza, o futuro estará comprometido.
Enfrentamos atualmente graves dificuldades na segurança pública, na saúde, nas questões sociais, no emprego. Tudo tem como causa principal a falta de uma educação completa e de qualidade.
Não se trata apenas de ensinar a ler e escrever. Muito mais do que isto. É necessário oferecer uma educação integral, que prepare as pessoas para enfrentar o mercado de trabalho e em condições de empregabilidade.
Países como o Japão, com economia mais forte do que o Brasil, já apresenta um índice de desemprego de 5,7% (de acordo com o Bom Dia Brasil, Tv Globo). Este é um fenômeno mundial, que tende a se agravar. A saída é usar a criatividade aplicada para transformar em negócios que gerem emprego e renda.
Para isto, torna-se imprescindível disseminar a absorção de um vírus: o do empreendedorismo. Preparar os atuais estudantes e trazer de volta as pessoas que já deixaram a escola, a fim de que possam aprender novos ensinamentos.
Preparar professores e multiplicadores para aprenderem a identificar potencialidades individuais e trabalhar com questões como liderança pessoal, inteligência emocional, eficácia pessoal e interpessoal, motivação etc.
Se não é possível acabar com a corrupção endêmica que destrói o país, pelo menos, que se acabe com a corrupção no erro da prioridade.
EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Conferencista

sexta-feira, 17 de julho de 2009

CONVENÇÃO

Especialistas criticam projeto sobre direitos das pessoas com deficiência
Escrito por Luzia
Qui, 25 de Junho de 2009 22:45

Representantes de vários segmentos organizados em defesa das pessoas com deficiência criticaram nesta quinta-feira (25) proposta em tramitação que altera a Lei 7.853/89, que dispõe sobre os direitos da pessoa com deficiência. De autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), o projeto (PLS 112/06) foi discutido em audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde está sendo relatado pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). A representante da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência (Corde), Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior, afirmou aos senadores que qualquer norma brasileira sobre deficiência precisa estar adequada à Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil no ano passado, após ser aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional. Ela lembrou que o projeto de Sarney não pode ser considerado uma afronta à Convenção, pois foi apresentado em 2006, antes, portanto, da ratificação da convenção pelo Brasil. Afirmou, entretanto, que há vários ajustes a serem feitos na proposta, que trata, por exemplo, da questão da reserva de mercado para os deficientes como uma atitude assistencialista. - Temos que tomar cuidado com a questão assistencialista, pois o empresário, hoje, considera que a capacitação dessas pessoas é fundamental - afirmou Izabel Maria.Para a representante da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência (Ampid), Maria Aparecida Gugel, o projeto precisa ser melhor discutido com a sociedade brasileira. Caso contrário, opinou, deve ser arquivado.- Que visão é essa que tem o Brasil de que a pessoa com deficiência precisa de assistencialismo? Esta casa precisa conhecer um pouco sobre os avanços sociais conquistados na área da deficiência - avisou Maria Aparecida, para quem a pessoa com deficiência precisa é ter oportunidades de educação e de preparação para o mercado de trabalho.Qualificação profissional Acesso a educação também foi apontado pela representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Loni Elisete Manica, como fundamental para a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Para ela, a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho só se dará pela qualificação profissional, pois as empresas não querem contratar deficientes somente para cumprir uma cota exigida pela lei. - O emprego ocorre com a inclusão no sistema escolar. A pessoa só vai ter dignidade na empresa se tiver escolaridade. A mesma opinião tem a portadora de deficiência e representante do Centro de Vida Independente (CVI), Flávia Maria de Paiva Vital, para quem os deficientes estão cansados de serem tratados como "coitadinhos".- Querem nos tratar assim porque muitas das nossas leis ainda têm ranço no assistencialismo. Precisamos é de ensino de qualidade para todos. Já se foi o tempo em que pedíamos permissão para entrar. Já entramos. Hoje lutamos para estarmos contemplados no plano de cargos e salários - afirmou Flávia Maria, que defendeu uma discussão ampla do projeto de Sarney, bem como de outros tantos sobre o assunto em tramitação nas duas casas do Congresso. Na opinião do coordenador da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Marco Antônio Pellegrine, o grande problema do PLS 112/06 é não ter sido discutido com segmentos de organizações civis especializados em deficiência antes de ter sido apresentado ao Senado. Portador de deficiência, ele defendeu o sistema de cotas para os deficientes no mercado de trabalho.- O grande motor da inclusão é essa pressão que a lei de cotas tem colocado - garantiu Marco Antônio. A conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Laís Figueiredo Lopes afirmou que não é mais possível, na sociedade moderna e principalmente após a ratificação da convenção da ONU, não reconhecer a plenitude da capacidade das pessoas com deficiência. - A grande conquista da convenção é justamente esse olhar diferente sobre os deficientes. Hoje, trabalhamos com a perspectiva de que eles não precisam mais de um apoio especial, pois já são direitos conquistados - observou a representante da OAB.
Valéria Castanho / Agência Senado

terça-feira, 14 de julho de 2009

MELHOR IDADE



Morando sozinha há pelo menos quatro anos, ela resolve tudo, dentro e fora de casa: arruma as coisas, cozinha, lava, faz compras, paga suas contas e ainda arruma tempo para sair com as amigas, viajar e curtir uma de suas paixões, que é a fotografia. Com um perfil que se encaixa no de muitas mulheres independentes de hoje em dia, a personagem em questão tem inacreditáveis 85 anos. Viúva, Dona Catharina Medeiros mora sozinha há pelo menos quatro anos, na mesma casa onde vive desde 1945. Mãe de três filhos, avó de três netos e uma bisneta, ela conta que sua casa sempre foi cheia. "Tinha umas vinte pessoas aqui em casa. Depois uns foram casando, outros morreram e a última que dividiu a casa comigo foi a minha neta, que ficou aqui até os 16 anos", diz ela. Perguntada sobre o lado bom e o ruim de morar sozinha e ser considerada uma idosa independente, Dona Catharina revela que se sente feliz, realizada e destaca a liberdade de fazer o que quer e do jeito que quer como o melhor lado: "Vou para onde quero, quando quero... e não sei o que é solidão. Pra mim, não existe lado ruim".Ela conta que uma das filhas a convida sempre para morar com ela, mas recusa com o argumento de incompatibilidade de gênios: "Gosto de viajar, de receber as pessoas. E ela não gosta de nada disso. Prefiro estar em minha casa", afirma. Segredo Enquanto nos mostra algumas das inúmeras fotos que ela faz questão de tirar em todas as viagens que faz pelo clube da terceira idade que freqüenta, ela fala com especial carinho sobre a excursão que participou no ano passado, pela Argentina. Continuando a conversa, Dona Catharina diz que não tem nenhum problema de saúde nem se preocupa com morte ou doença. "Não como de tudo porque respeito a minha idade. Evito doces e comidas carregadas, só isso", diz a idosa, revelando o segredinho dos bem vividos 85 anos. Agilidade Na casa dos 60, Antônio Araújo, ou "Seu Antônio", é conhecido pela agilidade em seu local de trabalho, onde sobe e desce diariamente vários lances de escada, correndo com documentos de um setor para outro e lidando com o público sempre com um sorriso bem humorado e disposição de dar inveja. Aposentado, há cerca de dois anos ele retornou ao serviço público como prestador de serviço. "Logo que me aposentei, passei cerca de seis anos sem trabalhar, mas não me adaptei a ficar somente em casa. Quando recebi o convite achei ótimo, porque já estava entediado com a aposentadoria", conta ele. Antônio divide a casa com a esposa, dois filhos solteiros e duas irmãs, uma de 70 e outra de 81 anos. "Também sou eu que cuido da parte financeira da casa", conta orgulhoso. Assim como Dona Catharina e Seu Antônio, é cada vez maior o número de idosos que assumem as rédeas da própria vida, fazendo questão de manter sua independência, seja morando sozinho, voltando a trabalhar ou estudar, freqüentando clubes e academias de ginástica e contribuindo para acabar com o preconceito que ainda ronda a terceira idade.Aumento da longevidade deve diminuir preconceito. O Brasil já possui a sexta maior população idosa do mundo - cerca de 18 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou quase 10% do total de brasileiros - número que deve dobrar em pouco mais de dez anos e chegar a 64 milhões em 2050, de acordo com projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo especialistas, essa mudança no quadro populacional deve provocar também mudanças profundas de comportamento no País. O aumento da expectativa de vida vem reforçar um antigo ditado: cada um colhe aquilo que planta. A idéia permeia a visão do economista e sociólogo Eduardo Giannetti, de São Paulo. Segundo ele, as escolhas feitas hoje são decisivas para definir a qualidade de vida futura, em todos os setores. E isso já está sendo observado pelas gerações atuais: "A longevidade nos leva a refletir sobre a juventude. É nesta a etapa da vida que fazemos escolhas que irão ter impacto sobre as décadas seguintes, até o final da vida", argumenta. Giannetti prevê ainda uma mudança positiva com o aumento da longevidade: a diminuição do preconceito contra idosos. "A supervalorização da juventude vai ficar cada vez mais anacrônica porque as pessoas perceberão que deverão passar a maior parte de suas vidas como adultos ou idosos", finaliza.
por Vanessa Alencar

LAMENTO DO VIZINHO

Desde o fim da Guerra do Paraguai, nos idos de 1870, Brasil e Argentina se acotovelam pela liderança da América do Sul. Tradicionalmente esta tem sido uma disputa burra, pois os dois países têm fracassado na consolidação de destaques expressivos, e têm levado, juntos, bolas nas costas de outros “hermanos” como o próspero e ágil Chile. Mas, como se a América do Sul se limitasse a essas duas nações, brasileiros e argentinos seguem incentivando suas rivalidades, incapazes de trabalharem em conjunto, buscando implementar ondas positivas para os dois países.Pende hoje a gangorra para o lado brasileiro. Além do indiscutível triunfo no futebol, os brasileiros avançam sobre empresas argentinas, adquirindo o controle acionário de vários empreendimentos tradicionais entre os portenhos. Refletindo o clima de frustração geral, o jornal econômico argentino El Cronista Comercial estampou (logo depois dos três a zero na decisão da Copa América) essa emblemática manchete: “Também nos negócios, a goleada é brasileira”.Continua o jornal portenho: “Nos últimos anos, os industriais brasileiros se apossaram dos sapatos que os argentinos calçam, da cerveja que bebem, da carne que comem, da gasolina com que abastecem seus carros, do cimento com que constroem suas casas”.Tem sua razão de ser, o lamento portenho, pois o momento não lhes é favorável. Porém, nem os argentinos devem chorar por isso, nem os brasileiros têm o que festejar – pois tudo que é (aparentemente) sólido tem-se desmanchado no ar. A médio e longo prazo não existe segurança da continuidade do que quer que seja em termos de rumo dessas economias, sempre potencialmente fortes e permanentemente problemáticas. O melhor mesmo seria uma unidade mais sólida entre nosotros, latino-americanos, para enfrentarmos a selvageria globalizada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

SEMINÁRIO "EDUCAÇÃO ESPECIAL"

Aconteceu no último dia 04 de Julho o 4º SEMINARIO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL na Escola Estadual Pedro Reis em Arapiraca. O evento foi promovido por um grupo de professores envolvendo alunos e comunidade. Foram debatidos diversos tipos de deficiência e suas formas de INCLUSÃO. Vários paletranstes prestigiaram o seminário, inclusive esse tiozinho que vos fala, abordando acessibilidade e inclusão através da Escola. Iniciativas como essa devem ser seguidas por vários segmentos da sociedade, buscando assim um único objetivo de oferecer uma vida dígna e igualitária para todos.

HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS

A partir da memória de licenciatura do Curso de Graduação em Educação Física da UERJ, da aluna Marcelle Dória em 1999 e do desenvolvimento e prática atual de um Projeto Social, no Núcleo do 1º Batalhão de Guardas, vinculado à Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, percebeu-se a necessidade e possibilidade de criar o handebol para cadeira de rodas. Que tem como objetivo proporcionar e facilitar a integração e socialização do portador de deficiência física, com o propósito de atender, principalmente, atletas de lesões medulares (C5/C7), de origem congênita ou adquirida. Já que estes, teriam a possibilidade de praticar e desenvolver o handebol para cadeira de rodas, pela especificidade do esporte, o que não impossibilita os atletas citados. Com isto, o handebol para cadeira de rodas possibilita o atendimento para essa camada de portadores de deficiência, seguindo as devidas adaptações nas regras do desporto e no Sistema de Classificação, utilizado pela International Stoke Mandeville Weelchair Sports Federation, cujas adaptações podem sofrer mudanças devido às necessidades apresentadas. Aqui em Maceio, já estamos tentando implantar essa nova modalidade esportiva. Aguardem novidades.

CARTEIRA DE MOTORISTA

Gente, o ano tá passando rápido, né não?* E por falar em ano, no começo de 2008 tive que tentar colocar em prática um objetivo, dentre tantos em minha vida, a de viver aquela maratona deliciosa e básica de tentar renovar a minha carteira de motorista, lógico que agora na condição de portador de deficiência. Tá certo que minha tarefa não é das mais fáceis, mas não custava nada tentar.
Galera, quase todos os deficientes físicos podem dirigir, sabiam? “Verdadchi”! A tecnologia ajuda até aqueles “tetrões”, aqueles “mamulengões” que conseguem mexer apenas um pouco os braços e o pescoço a conduzir uma charanga, bom pelo menos em alguns estados. E dirigir dá uma independência danada pra gente. Eu sei que um carro no Brasil ainda é muito caro e que as adaptações, em alguns casos, custam quase a metade do valor do próprio veículo, mas a gente tem um salto na qualidade de vida conduzindo aquele fuscão preto, aquela Brasília verde, aquele Fiat 147. Prometo que em breve conto um pouco sobre comprar um veículo, sobre como são as adaptações, sobre isenções de impostos, mas deixa eu voltar para a CNH.
Primeiro, você paga uma taxa no DETRAN e agenda uma “perícia médica” para “verificar” a condição do camarada e quais adaptações serão necessárias para se obter o “êxito’ na solicitação. Caso o caboclo “passe” na perícia é necessário se matricular numa autoescola que, segundo a legislação,deve ser acessível para os portadores de deficiência.. Beleza, toca pra própria autoescola (agora é tudujunto, mesmo, viu?) , após morrer em outra taxa. Como o pão de pobre cai sempre com a manteiga pra baixo, nem o DETRAN nem as autoescolas estão preparados para a “acessibilidade”. Salas apertadas, sem banheiro adaptado, instrumentos e métodos de avaliação ultrapassados, carros não adaptados e por aí vai.......
“Senta aqui na recepção que logo o médico te chama”, disse a mocinha. (eu juro que já estava sentado, juro!). Chovia lá fora !
Quis beber uma aguinha para me recuperar de tantas emoções. O bebedouro era alto e ficava num canto que a minha cadeira quase que num chegava. Beber água pra quê com tanta chuva lá fora, né? A médica era uma simpatia. Talvez ela nem lembrasse de quando deu um sorriso. Como eu sou muito sério, a gente quase brigou.
“Vê se você consegue colocar o queixo aqui nesse instrumento pra eu examinar sua vista”, apontou a médica pra um troço que nem sei descrever como era.
“Num dá, não, é alto demais.”
“Você não consegue ficar em pé nem um pouquinho”. (As pessoas adoram perguntar isso pra cadeirante )
“Não”.
“Ah, então deixa pra lá.”
Depois ela pediu pra eu colocar os “zóios” numa espécie de binóculos e dizer umas letrinhas. Errei várias, logicamente porque uso óculos, mas ele sentenciou:
“Sua visão é ótima”!
Agora vem aquela parte, o tcham, tcham, tcham... Se eu tivesse um estilingue na hora, eu faria miséria naquele lugar. Com o resultado do exame na mão, a simpática médica me diz que não estou apto a dirigir , isso com exames totalmente fora de contexto.
“Olha, se você quiser, depois de algum tempo você marca outra perícia para ver seu “progresso”, pagando novas taxas lógico, a gente pode estar “avaliando’ você novamente .”
“Galera”, me senti ofendido demais com aquilo. Acho legítimo cobrar para que a gente tenha a comodidade dos serviços oferecidos, de que alguém tire a documentação pra gente, mas, abusar da condição física dos outros é de chorar pelado. Tenho contatos com alguns amigos de outras cidades e, muito mais comprometidos fisicamente que eu, e que conseguiram tirar sua carteira de motorista. Aparelhos e métodos atualizados, é isso. Naquela local, onde quase não havia cadeira e quem chegava de muleta, de andador tinha de ficar em pé, eles simplesmente se aproveitam da dificuldade de locomoção do povo da Matrix para achacar oferecendo um “serviço”, são os “corretores” de autoescolas.
Em tempo: Tenho outras histórias de gente que queria tirar vantagem da dificuldade de deslocamento das pessoas portadoras de deficiência que conto em outra oportunidade.
Oferecer um serviço de comunidade para quem é deficiente, é legítimo, mas de forma clara e honesta. Tirar vantagem, poderia até ser considerado crime. Se é que já não é, né, não?!

Um conto pessoal baseado no post de Jairo Marques

VOLTA


Galera, depois de algum tempo sem postar, aqui estou de volta com toda força. Abraço a todos.

terça-feira, 28 de abril de 2009

VAGA RESERVADA




Muito tem se falado sobre o problema da vaga reservada para DEFICIENTES ou PESSOAS COM DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO, e ao que parece a consciencia de algumas pessoas parece não ter sido "atingida". Fisguei uma materia publicada no site http://www.tudonahora.com.br/noticia.php?noticia=48057 e trouxe mais uma vez para discussão. Veja a matéria :



Deficiente físico denuncia desrespeito em hospital Ele diz que vaga reservada fica ocupada por pessoa sem deficiência.

Elaine Rodrigues

Boanerges Sobrinho flagrou carro parado em vaga reservada para deficientes
O Conselho Nacional de Trânsito regulamenta o uso das vagas de estacionamento exclusiva para deficientes físicos. Mas, em Maceió, muitas vagas são ocupadas por pessoas sem deficiência. Nesta manhã, o internauta Boanerges Sobrinho denunciou o desrespeito, que ocorreu em um hospital particular.
De acordo com o internauta, que utiliza cadeira de rodas, ele chegava para uma consulta médica, quando encontrou um carro parado na vaga reservada para pessoas com deficiência. Ele disse que chegou a perguntar a um funcionário se o motorista tinha deficiência, mas o funcionário alegou que não.
"Esta aí um exemplo claro de descumprimento legal, incompetência cidadã e, pior, desrespeito ao consumidor. E mais, há aproximadamente um ano fiz uma reclamação formal e pessoalmente ao administrador do hospital sobre esta situação", contou, indignado, Boanerges Sobrinho.
Multa
De acordo com o Contran, utilizar vaga de deficiente sem ter essa condição é considerado infração leve – prevê multa de R$ 53,21, mais três pontos na carteira de habilitação, além de remoção do veículo.

terça-feira, 21 de abril de 2009

A TRISTEZA DO GUERREIRO

Um guerreiro da luz muitas vezes desanima.
Acha que nada tem a emoção que ele esperava despertar. Muitas tardes e noites é obrigado a ficar sustentando uma posição conquistada, sem que nenhum acontecimento novo venha lhe devolver o entusiasmo.
Seus amigos comentam: Talvez sua luta já tenha terminado.
O guerreiro sente dor e confusão ao escutar estes comentários porque sabe que não chegou onde queria. Mas é teimoso e não abandona o que decidiu fazer.
Então, quando menos espera, uma nova porta se abre.

Paulo Coelho

Para todos que estão sempre tentando abrir portas

terça-feira, 31 de março de 2009

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NÃO CONTEMPLAM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Atualmente, no Brasil, jovens com algum tipo de deficiência física ou mental podem tanto estudar em escolas especiais como em escolas do sistema regular de ensino. No entanto, de acordo com uma pesquisa realizada pela professora de educação física Marcia Greguol Gorgatti, as escolas do sistema regular não estão preparadas para receber esses jovens.
"A inclusão do aluno com deficiência não está ocorrendo nas aulas de educação física do sistema escolar brasileiro. Apesar de funcionar, não é um processo fácil; requer uma estrutura adequada e informaçã dos professores", analisa Marcia. De acordo com ela, o que comumente ocorre é a colocação do adolescente na aula sem nenhum tipo de respaldo, como, por exemplo, fazendo-o desenvolver uma atividade separada do resto da turma ou pedindo para o auxiliar da aula cuidar dele.
Para sua tese de doutorado, Marcia analisou aspectos da aptidão física de 24 adolescentes cegos com idade entre 14 e 16 anos do sexo masculino, sendo 12 de escolas regulares e 12 de uma escola especial, e a percepção deles, via questionário, sobre as aulas de educação física. Também analisou por intermédio de outro questionário as atitudes de 90 professores de educação física da rede pública e da rede privada de ensino com relação à inclusão de alunos com deficiência nas escolas regulares.
"Foram feitas 3 medições em 16 meses do crescimento físico, da adiposidade e da aptidão física dos adolescentes, verificando entre outras coisas a velocidade, a flexibilidade e resistência abdominal deles", conta a pesquisadora. O estudo é da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP.

INDICAÇÃO PEDAGO BRASIL

Meu Andar Sobre Rodas Tatiana RolimUma vida completa é cheia de limitações. A de Tatiana Rolim logo lhe mostrou uma das mais sufocantes: a cadeira de rodas. Em sua biografia nos fala da história da menina que, aos 17 anos, sofreu um tropelamento e nunca mais andou. Meu Andar Sobre Rodas nos conta, de forma crua e sem constrangimentos, como a autora se aceitou no papel dessa menina. Onde mencionar força de vontade parece ser clichê, ela desliza por entre cicatrizes, sondas, esperas e idéias, e mostra como teve que afastar todo o pessimismo do nunca mais e engolir a rotina de todo mundo, do seu novo jeito. Assim, lemos a rotina da autora, interrompida em um momento em que tudo o que tinha a fazer era se pregar a esses dias que se seguiam de dias, paralizados na demora de se adaptar, mais uma vez, ao mundo. Ser cadeirante, estudante, namorada, filha, cidadã e ainda assim, uma pessoa normal. Ou mais que isso."As Rodas de Tatiana: giram, deslizam, espinam a menina, quais lindas pernas bailarinas." Tatiana Rolim, psicóloga e psicopedagoga, pela FIG Faculdade Integradas de Guarulhos. Especialista em Violência Doméstica contra Crianças, Adolescente e Mulheres, e em Saúde Coletiva e Saúde da Família. Palestrante nos segmentos de Inclusão Social da Pessoa com Deficiência e Unidades da Fundação Casa. Participação ativa na imprensa e demais meios de comunicações com os temas correlacionados.Meu andar sobre rodas - Tatiana Rolim - Scortecci EditoraISBN 978-85-366-0969-0 - Biografia - JS 4383Formato 14 x 21 cm - 248 páginas - 2ª Edição - Ano 2007Para adquirir este livro envie um e-mail para mailto:contato@pedagobrasil.com.br?subject=Desejo%20adquirir%20o%20livro%20%22Meu%20andar%20sobre%20rodas%22. Clique aqui e visite o Site de Tatiana Rolim.

segunda-feira, 30 de março de 2009

AGIR SEGUNDO A JUSTIÇA

Quando se fala em justiça, muitos pensam logo em poder judiciário, juízes e advogados, tribunais e processos. Mas o que se entende por justiça vai muito além.
Antes de ser uma instituição, a justiça é uma exigência da vida de todo dia; é a maneira correta, correta, honesta, de pensar, decidir e agir em relação ao outro. Nesse sentido, agir segundo a justiça é observar as normas gerais da convivência humana, as leis, os costumes legítimos numa determinada sociedade, as regras que orientam a vida dos grupos humanos a que pertencemos, família, escola, clube etc.
Mas viver segundo a justiça tem ainda um outro sentido mais profundo e mais amplo: é respeitar o outro na sua pessoa, na sua honra, nos seus bens, nos seus direitos, enfim. Viver segundo a justiça é ter sempre presente o outro e os seus direitos, isto é, respeitar os direitos humanos.
A gente ouve falar, freqüentemente, que o país está em crise. Crise econômica, crise política e crise moral. É verdade. Mas, no fundo, é uma crise de justiça: as pessoas se habituaram a viver sem levar em conta o outro e seus direitos.
O motorista avança o sinal ou ultrapassa o limite de velocidade: é uma injustiça. O político finge que está interessado no bem da sociedade, mas, realmente, quer aumentar o seu poder e se enriquecer: além de ser uma mentira, é uma injustiça. O comerciante que cobra preços abusivos, o patrão que paga um salário de fome, o estudante que desperdiça tempo e dinheiro, não estudando, o operário ou funcionário que executa mal o seu trabalho, todos cometem injustiças, não estão agindo segundo a justiça.
Há gente que tem dificuldade em admitir que tudo isso seja injustiça. É difícil convencer o motorista de que está sendo injusto quando corre demais! É que a gente só pensa em si mesmo, quando muito, nos nossos familiares e amigos. Os outros que se virem.
A raiz da injustiça é esse desconhecimento do outro. Nesse sentido, todo aquele que comete injustiça dá prova de que ainda está agindo como criança, achando-se o centro do mundo, ou então, de que é egoísta. Nos todos dependemos uns dos outros. Assim como nascemos da relação de uma mulher com um homem, crescemos e nos desenvolvemos em constante intercambio, uns com os outros. A sociedade só se tornará humana, quando todos se esforçarem por agir segundo a justiça. Nem sempre é fácil. Exige coragem e capacidade de superar as nossas tendências infantis e egoístas. Ser humanos é um grande desafio.

sexta-feira, 27 de março de 2009

O Incêndio e o Estudo



Um incêndio de grandes proporções atingiu a favela Sururú de Capote à beira da Lagoa Mundaú, periferia de nossa capital na noite desta terça (24) e madrugada desta quarta-feira (25). Segundo levantamento do Corpo de Bombeiros, pelo menos 29 barracos foram atingidos por completo, e cerca de 90 pessoas e 40 famílias ficaram desabrigadas e foram alojadas em uma quadra esportiva próxima ao local do incidente. Ninguém ficou ferido. Seria fatalidade ? Não creio.
Dominada pelo tráfico de drogas, a favela do Mundaú faz parte do maior complexo de favelas da capital alagoana, localizado no Dique Estrada. No local, a "lei do silêncio" impera. Poucos falam sobre as causas do incêndio, mas acreditam que o incidente foi causado por pessoas ligadas ao tráfico de drogas. A suspeita deve ter como explicação o incidente da madrugada do último domingo (22), quando moradores da região foram acusados de atear fogo na sede do 1° Batalhão de Polícia Militar, que fica próximo às favelas do Dique Estrada. O motivo teria sido uma resposta à perseguição a um traficante, que ajudaria a população local. Uma decisão coerente foi tomada pelos órgãos envolvidos em dar assistência a essas 30 famílias é que elas permanecerão no local, na região da Favela Sururu de Capote. A decisão foi tomada ainda ontem, pelas vítimas, lideranças comunitárias e representantes da Defesa Civil Municipal e Secretaria de Assistência Social. Os moradores – aproximadamente 100 – começaram a receber lonas para montar novos barracos. Segundo a diretora da Secretaria de Assistência Social, Salete Beltrão, foi levado em consideração que a Lagoa Mundaú é a fonte de renda da maioria da população. “A situação dos moradores será provisória, até que as casas que estão sendo construídas com recursos do PAC sejam entregues”, explicou. E o que eu que moro no farol tenho a ver com isso ? Tudo, primeiro que como cidadão imagino o sofrimento dessas pessoas e também quero uma solução rápida que o ocorrido requer, segundo que se cogitou a ida dessas famílias para se alojarem na escola que eu trabalho. E daí ? E daí que se isso acontecesse, mais de 1500 alunos ficariam sem aulas, pois tal decisão inviabilizaria o inicio do ano letivo já atrasado, causando um problema social ainda maior, muitas crianças e adolescentes da favela também estudam na escola, já tão cheia de seus próprios problemas, sem contar o umento inevitável da violência na região. Realmente espero uma solução rápida que contemplem todas as partes envolvidas, e que os órgãos competentes aumente a fiscalização e freie em crescimento do número de favelas construídas em condições subumanas.

Por Ricardo Olivceira

CUIDADO AO SAIR ÀS RUAS



Originalmente o termo acessibilidade é definido como a facilidade do acesso, possibilitando uma redução ou isenção de barreiras para que o ingresso, entrada ou passagem sejam permitidos. Porém, nem sempre essa definição acontece na prática.
Ruas esburacadas, falta de sinalização para pedestres e motoristas. Travessias dificultadas nas avenidas e ruas, além de transporte coletivo ineficiente. Todos esses problemas tomam proporções ainda maiores quando enfrentados por portadores de deficiências.Em Maceió, como em várias cidades do país tem leis específicas, determinadas para beneficiar pessoas com necessidades especiais, porém tem sido difícil o cumprimento efetivo delas. Por isso, o município precisa promover inúmeras discussões no que diz respeito à acessibilidade.
Muitos relatam que é difícil conviver com as barreiras arquitetônicas como desníveis de rampas nas calçadas próximas a garagens, buracos, degraus, entulhos de construções e lixeiras, etc.
Nos transportes coletivos, são poucos ônibus adaptados, não existe fiscalização nem vontade política de apenas cumprir a lei.
Além de questões arquitetônicas e urbanísticas, o conceito de acessibilidade também se estende ao mercado de trabalho, convivência social, condições de estudo e inclusões de tecnologias.
Há de se pensar que as mudanças devem vir com a conscientização da sociedade através do debate, do envolvimento dos diversos setores da sociedade, e que a maior barreira é a de atitude, removida esta, creio que todas cairiam por terra. É através da mudança de olhar e do sentir que a acessibilidade pode ser efetivada.

segunda-feira, 16 de março de 2009

FEIRA MUNDIAL

Faltam vinte dias pra esse povo da Matrix de quem tem alguma deficiência física poder se esbaldar em "novidades' numa das maiores feira de reabilitação do mundo.
A 8º edição da Reatch começa no dia 2 de abril aqui em São Paulo.O legal desse evento é que tem de tudo.Tem "mulé" bonita, tem cadeira de rodas do último tipo (e caras até o nosso último real ) e "excrusível", neste ano, vai ter por lá uma pista de test drive, povão! A gente vai poder montar nos "cavalos" e saber se sobem rampas direitinho, se passam pela buraqueira certinho...
Por lá também vai ter novas soluções em acessibilidade, tem "charanga pra dar um role" (vulgo carros pra dar uma voltinha ), tem seminários de temas que envolvem o mundo matrixiano, tem empresas que oferecem vagas no mercado de trabalho...E tem também uma oportunidade de conhecer iniciativas inclusivas espalhadas pelo país, de curtir apresentações artístícas, de se integrar em grupos esportivos ou organizações sociais. Um aspecto positivo é que os organizadores já conseguiram tornar o evento no terceiro maior do mundo (olha a "chancha" da gente abrir uma frente de batalha ) sobre a tematica da reabilitação/assessibilidade/matrix
Vejam só mais alguns lances que terão por lá:

Para os "zovidos"
Empresa que representa um grupo canadense vai divulgar aparelhos auditivos ultra mega blaster modernos que auxiliam os "malacabados" que não ouvem direito (Lak tá na hora de você ir lá pechinchar) e outros que acacacacacabam com a gagagagueira! (Aêêêê)
Bichoterapia e Ecoterapia (uuuuia)
Vai ter lá uma fazendinha de ovelhas e outro bichos que ajudam a dar um tapa na estima da pessoa, que auxiliam no processo de adquirir equilíbrio, confiança e também ajudam na reabilitação!
Vai ter demostração de como os cachorros são treinados pra servir de guia para o cegos e doação de cãezinhos (de todo tipo). Ahhh, é legalpracaramba.com.br

Velocidade!!
Vai ter um espaço lá pra quem gosta de sentir "frio na espinha" (Cê num sente, fio? Ôh, pai amado, então relaxa e sente o vento na cara!!! ). Uma pista de Kart Adaptado e até um campeonato vai ter!
Tá podendo? Compra um carro! As principais montadoras vão estar lá e, nessa feira, podem apostar, vão te tratar muito bem. Elas tão todas em crise financeira e loucas pra vender. Então, teste o carro, entre nos bichos, paquere as demonstradoras .. e conheça tudo sobre os modelos que servem ao mundo da Matrix.
Tire dúvidas sobre como ter as isenções fiscais e, se tiver podendo, já encaminhe a compra da sua "charanga".

Mexa esse corpinho
Vai ter torneio de tenis de mesa adaptado , torneio de basquete sobre quatro rodas e demostração de rapel adpatado.

Que mais?
Onde que é o trem? No Centro de Exposição Imigrantes, que fica na Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, no sentido São Paulo. Leva "malmita", matula porque lá é longe de tudo e você vai ficar muito tempo lá dentro!
Que dia e que hora mesmo que é? De 2 a 5 de abril das 13h às 21h, sábado e domingo das 10h às 19h
Morre em quanto, heim? É de graça!!! Saca "fri"? É "fri"! Mas se for deixar o carro no estacionamento é R$ 20... isso mesmo, vinte contos
Tem carro não? (Poooobre! ) Vai ter transporte gratuito (ida e volta), todos os dias saindo da estação Jabaquara do Metrô
Ainda tá com dúvida? liga no (11) 5585-4355 para informações


Crédito para Jairo Marques às 08h13

EVENTO NACIONAL


23 jovens alagoanos irão até Brasília representar o Estado na III Conferência pelo Meio Ambiente.
Agência Alagoas

Socialização dos resultados das oficinas, escolha dos 11 cartazes que serão levados à Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente e a escolha dos 23 jovens que formarão a delegação que representará Alagoas em Brasília, no período de 3 a 8 de abril próximo. Estes são alguns dos resultados da III Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente que foi encerrada nesta quarta-feira, nas dependências do Centro de Formação Ib Gatto Falcão (Cenfor), no Centro de Estudo e Pesquisa Aplicada (Cepa).De acordo com Walnyce Miranda, gerente de Educação Ambiental da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (SEE), um dos principais frutos desse evento foi a implantação dos Conselhos de Meio Ambiente e Qualidade de Vida nas Escolas (Comvidas).“Até agora temos 62 conselhos implantados. Até o fim deste ano pretendemos atingir o patamar de 150. Cada um dessas corporações vai trabalhar as ações de educação ambiental e os projetos de meio ambiente que existem nas escolas. Com a implantação deles nasce a Agenda 21 nas escolas. As soluções para os problemas que mais incomodam a comunidade escolar começam a ser procuradas através de parcerias”, informa.Já Mariana Santana, integrante da Coordenação Geral de Meio Ambiente do Ministério da Educação (MEC), garante que o estado de Alagoas é protagonista no sentido de mobilizar as suas escolas para realizar as conferências regionais nos municípios e na capital. “O resultado desse processo de conferência é super rico. O nível de qualidade dos alunos de 11 a 14 anos é altíssimo. O patamar de debates é muito bom. Alagoas levará 23 delegados à conferência nacional”, adianta.

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