A escola do século XXI tem buscado construir sua identidade em meio a tantos avanços e mudanças que vão desde o modo de viver ao de pensar e agir das pessoas, como forma de atender às necessidades de sua clientela, mas que devido à falta de participação da família e do comprometimento dos governos, ainda é um sonho a ser concretizado. A questão salarial dos seus agentes, a falta de estrutura básica das escolas, a ausência de espaços de construção do conhecimento, bibliotecas, laboratórios entre outros recursos necessários no contexto atual, não tem permitido a escola conseguir exercer efetiva e significativamente o seu papel social. Partindo dessa perspectiva, pretende-se discutir e refletir desde as tendências pedagógicas à função social da escola hoje, buscando compreender a prática docente, suas deficiências e qualidades.Durante muito tempo a educação formal pautou-se na forma pedagógica tradicional que priorizava o conteúdo a ser ensinado e aprendido deixando de lado às necessidades e potencialidades individuais dos alunos, do ser humano que habitava cada corpo, sujeitos do processo. Dessa forma, servia aos interesses da elite burguesa e preparava os indivíduos para única e exclusivamente atender aos interesses dessa classe formando assim, sujeitos mecânicos e alienados que atendessem e acompanhassem o desenvolvimento industrial, efervescente nesse período, e assim o era.A escola é organizada na forma de uma pirâmide em que o aluno encontra-se sujeito à autoridade do professor e este sujeito à autoridade do inspetor e este sujeito à autoridade do diretor, em graus hierárquicos sucessivos típicos daquilo que Marshall McLuhan chamou de Galáxia de Gutemberg, em que a informação classificadora é mais importante que a informação relacional ou a informação relevante.O fato é que o tempo foi passando, a sociedade evoluindo e os problemas decorrentes das diferenças (desigualdades de cor, classe, etc.) aumentando e, com isso, foi – se percebendo a necessidade de considerar o indivíduo e o seu contexto. Foi então que surgiu a Escola Nova, movimento que pretendeu modernizar o ensino, colocando – se a serviço das necessidades sociais de então, e partindo do princípio de que cada indivíduo tem a sua individualidade e potencialidades advindas de suas aptidões naturais. Os conteúdos, nesse contexto, deixaram de ser o foco do ensino e a ênfase foi dada aos métodos, habilidades e pesquisa, pois acreditavam que a criança, uma vez atendida em suas necessidades espontâneas, teria ela condições de sozinha, chegar aos conteúdos.Todo esse processo histórico vivido pela educação mostra a busca incessante por uma pedagogia que promova o indivíduo significativamente, em sua totalidade. Nessa perspectiva é que os agentes educacionais passaram a depositar toda credibilidade numa pedagogia que funcione como ponte de ligação entre a psicologia e o social, o indivíduo e seu contexto, suas particularidades e diversidades, objetivo primeiro da Pedagogia Crítico-Social, “vigente” atualmente.Nesse sentido Libâneo (1995; p. 96) afirma que “(...) O objetivo da escola, assim, será garantir a todos os saberes e as capacidades necessárias a um domínio de todos os campos da atividade humana, condição para redução das desigualdades de origem social.”Partindo de todas essas percepções a cerca do processo vivido pela instituição escola, percebe-se que, ainda hoje, a educação do Brasil não conseguiu construir sua identidade, pois a escola não deve ser uma instituição isolada, fechada e excludente, pelo contrário, deve se constituir espaço plural, rica em diversidade e, também, particularidades, devendo ser assim, aberta e para todos. Afinal, qual o papel social da escola? Redentora de uma sociedade individualista, marginalizada e desumana? Uma instituição governamental falida ainda com as portas abertas? São questionamentos sobre os quais, os educadores, sujeitos ativos na busca pela qualidade pedagógica e pela promoção de seus alunos, buscam respostas como forma de nortear suas ações.Ser educador hoje se tornou uma tarefa ainda mais complexa, quando todos esperam, através destes profissionais e instituição, resolver todos os seus problemas e os dos seus filhos. O fato é que tem sido depositada na escola, responsabilidades que não são dela, são antes, uma questão social, que, portanto, envolve o governo, a sociedade civil organizada e a família, referencial da formação do caráter, ética, crença e moralidade do sujeito do processo em questão.Em suma, é evidente e inquestionável que a escola tenha sua co-responsabilidade social, pois compete a esta promover a inclusão, o respeito à diversidade, despertar para a construção do “eu” e a descoberta do “outro”, mas antes dela, compete a família, instituição primeira na vida da criança, desenvolver a afetividade, a sensibilidade, o respeito, os limites, o conviver. A educação ainda é o caminho para a construção de uma sociedade mais igual mas esta é o meio, o princípio continua sendo a família.Referencial BibliográficoLIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública - a pedagogia crítico-social dos conteúdos. - 13. ed. São Paulo, Ed. Loyola,1995.FABRA, Maria Luísa. A nova pedagogia. Rio de Janeiro: Salvat, 1980.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
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