sábado, 28 de novembro de 2009

INCLUSÃO: VOCÊ ESTÁ PREPARADO ?

Tente responder às questões abaixo e avalie se você é um educador ou uma educadora preparada para a inclusão.
1 - Recusar a matrícula de um aluno por causa de uma deficiência é crime?
2 - Crianças com deficiência física necessitam de cuidados específicos na hora de se movimentar e participar de atividades na escola?
3 - O professor deve propor atividades escolares mais fáceis para crianças com deficiência?
4 - Crianças cegas precisam de profissionais especializados que as ajudem a ir ao banheiro e a se alimentar na hora das refeições?
5 - As crianças surdas são totalmente insensíveis ao som?
6 - Pais de crianças com deficiência podem exigir a matrícula de seus filhos em qualquer escola, pública ou privada?
7 - Quem apresenta comprometimento nos movimentos dos braços e também das pernas tem deficiência múltipla?
8 - Se a criança é cega ou tem baixa visão, é util para ela que a escola tenha placas de sinalização nas portas e corredores?
9 - Estudantes com deficiência podem ajudar colegas sem deficiência nas atividades?
10 - Professores da sala regular devem incentivar estudantes sem deficiência a fazer parte do processo de inclusão de colegas com deficiência?
11 - A criança surda, com atendimento especializado, pode aprende a escrever no mesmo ritmo que as demais?
12 - A criança cega tem condições de reconhecer o rosto dos colegas de classe?
13 - Professores da sala regular podem adaptar materiais para facilitar a participação de estudantes com deficiência?
14 - Os estudantes com deficiência devem opinar sobre as medidas adotadas para apoiá-los na escola regular?
15 - Crianças cegas podem participar das aulas de Educação Física?
16 - Estudantes com deficiência mental conseguem desenvolver as habilidades de ler, escrever e fazer contas e ser independentes?
17 - Mesmo dominando a língua de sinais, a criança surda pode aprender a falar?
18 - Uma escola só pode ser considerada inclusiva quando tem crianças com deficiência?
Fonte: Revista Nova Escola- Agosto de 2007

FORMAÇÃO E RESPONSABILIDADE



Questionados sobre a formação, os diretores apontam uma preocupante contradição: 93% acham que sua primeira formação foi boa ou excelente, mas só 15% consideram que o curso (Pedagogia ou licenciatura numa das disciplinas do Ensino Fundamental) os preparou para o exercício da função de diretor. Ou seja, a faculdade é boa, mas não serve para o que acontece nas escolas... Talvez por isso os cursos específicos de gestão escolar oferecidos pelas redes públicas sejam tão bem avaliados: 89% dos diretores dizem que essas atividades colaboraram muito para a melhoria de seu trabalho. Outra contradição aparece quando os diretores são questionados sobre quem é o responsável pelas notas baixas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Pela ordem, os "culpados" são o governo (48%), a comunidade (16%) e o professor (13%). O aluno, que é vítima do mau ensino, aparece com 9% das citações. Em seguida, vem a escola, com 7%. E o próprio diretor, o que ele tem a ver com o mau desempenho dos estudantes? Só 2% dos consultados acham que têm responsabilidade nisso. Numa visão distorcida, se veem como "importantes para a aprendizagem" (66%), mas não se colocam em cena quando o ensino fracassa.
Quem é o responsável ?
A maioria diz que a responsabilidade pela nota baixa no Ideb é do governo e o diretor aparece como o menos responsável
O mesmo vale para a questão da autonomia no dia a dia. Diante de múltiplas opções, 57% afirmaram que, se pudessem ter mais poder na condução da escola, melhorariam as condições do prédio. Outros 53% escolheram mais liberdade para contratar ou demitir professores. E os aspectos pedagógicos simplesmente inexistem, segundo a pesquisa do Ibope.

O QUE FAZ E PENSA O GESTOR ESCOLAR

Pesquisa mostrou que esses profissionais ainda se preocupam muito mais com a burocracia que com o pedagógico
Os diretores de escolas públicas no Brasil trabalham aproximadamente dez horas por dia. Eles têm, em média, 46 anos de idade - e menos de oito no exercício da função. Em seu cotidiano, as prioridades da agenda são cuidar da infraestrutura, conferir a merenda, vigiar o comportamento dos alunos, atender os pais, receber as crianças na porta, participar de reuniões com as secretarias de Educação e providenciar material. Sobra pouco tempo para conversar com professores, prestar atenção nas aulas e buscar a melhoria do ensino, a meta essencial da escola. Essas são as principais conclusões de uma pesquisa inédita realizada pelo Ibope entre maio e junho deste ano, a pedido da Fundação Victor Civita. Foram ouvidos 400 diretores de escolas públicas em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo. Cada entrevista durou cerca de 50 minutos e abordou desde características pessoais até a relação com as redes de ensino e com as equipes dentro das escolas. Nesta reportagem, você vai conhecer um pouco mais do perfil desses profissionais, com base em sete aspectos:
- rotina de trabalho,
- formação inicial e continuada,
- responsabilidades pedagógicas,
- autonomia na função,
- relação com as políticas públicas,
- perspectivas para a Educação
- formas de seleção para o cargo.
No dia a dia, os diretores passam muito tempo cuidando de tarefas administrativas - e pouco tempo com questões pedagógicas. Segundo a pesquisa, 90% verificam a produção da merenda todos os dias. O mesmo vale para a supervisão dos serviços de limpeza (84%), o fornecimento de lápis e papel (63%) e a conferência das condições das carteiras (58%). Ainda entre as tarefas que são desempenhadas diariamente, 92% afirmam dedicar tempo para atender pais, 74% para receber os alunos na porta e 89% para observar o relacionamento entre os funcionários e a comunidade. Porém 50% não acompanham as reuniões semanais entre os professores e a coordenação pedagógica. E 25% reconhecem que nunca olham os cadernos dos estudantes para verificar a evolução da aprendizagem. Uma parte dos diretores ouvidos reconhece que tem negligenciado as atividades pedagógicas, mas a maioria aprova a rotina que adota. Para Maria Luiza Alessio, diretora de Fortalecimento Institucional e Gestão da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), o gestor que cuida apenas de administração e infraestrutura esquece que isso só faz sentido quando utilizado como meio para melhorar o desempenho das turmas. "É por isso que à frente de quase todas as unidades há diretores que foram professores e deveriam se lembrar da importância do trabalho de sala de aula", afirma.
Fonte: Revista Nova Escola- Outubro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA



A escola do século XXI tem buscado construir sua identidade em meio a tantos avanços e mudanças que vão desde o modo de viver ao de pensar e agir das pessoas, como forma de atender às necessidades de sua clientela, mas que devido à falta de participação da família e do comprometimento dos governos, ainda é um sonho a ser concretizado. A questão salarial dos seus agentes, a falta de estrutura básica das escolas, a ausência de espaços de construção do conhecimento, bibliotecas, laboratórios entre outros recursos necessários no contexto atual, não tem permitido a escola conseguir exercer efetiva e significativamente o seu papel social. Partindo dessa perspectiva, pretende-se discutir e refletir desde as tendências pedagógicas à função social da escola hoje, buscando compreender a prática docente, suas deficiências e qualidades.Durante muito tempo a educação formal pautou-se na forma pedagógica tradicional que priorizava o conteúdo a ser ensinado e aprendido deixando de lado às necessidades e potencialidades individuais dos alunos, do ser humano que habitava cada corpo, sujeitos do processo. Dessa forma, servia aos interesses da elite burguesa e preparava os indivíduos para única e exclusivamente atender aos interesses dessa classe formando assim, sujeitos mecânicos e alienados que atendessem e acompanhassem o desenvolvimento industrial, efervescente nesse período, e assim o era.A escola é organizada na forma de uma pirâmide em que o aluno encontra-se sujeito à autoridade do professor e este sujeito à autoridade do inspetor e este sujeito à autoridade do diretor, em graus hierárquicos sucessivos típicos daquilo que Marshall McLuhan chamou de Galáxia de Gutemberg, em que a informação classificadora é mais importante que a informação relacional ou a informação relevante.O fato é que o tempo foi passando, a sociedade evoluindo e os problemas decorrentes das diferenças (desigualdades de cor, classe, etc.) aumentando e, com isso, foi – se percebendo a necessidade de considerar o indivíduo e o seu contexto. Foi então que surgiu a Escola Nova, movimento que pretendeu modernizar o ensino, colocando – se a serviço das necessidades sociais de então, e partindo do princípio de que cada indivíduo tem a sua individualidade e potencialidades advindas de suas aptidões naturais. Os conteúdos, nesse contexto, deixaram de ser o foco do ensino e a ênfase foi dada aos métodos, habilidades e pesquisa, pois acreditavam que a criança, uma vez atendida em suas necessidades espontâneas, teria ela condições de sozinha, chegar aos conteúdos.Todo esse processo histórico vivido pela educação mostra a busca incessante por uma pedagogia que promova o indivíduo significativamente, em sua totalidade. Nessa perspectiva é que os agentes educacionais passaram a depositar toda credibilidade numa pedagogia que funcione como ponte de ligação entre a psicologia e o social, o indivíduo e seu contexto, suas particularidades e diversidades, objetivo primeiro da Pedagogia Crítico-Social, “vigente” atualmente.Nesse sentido Libâneo (1995; p. 96) afirma que “(...) O objetivo da escola, assim, será garantir a todos os saberes e as capacidades necessárias a um domínio de todos os campos da atividade humana, condição para redução das desigualdades de origem social.”Partindo de todas essas percepções a cerca do processo vivido pela instituição escola, percebe-se que, ainda hoje, a educação do Brasil não conseguiu construir sua identidade, pois a escola não deve ser uma instituição isolada, fechada e excludente, pelo contrário, deve se constituir espaço plural, rica em diversidade e, também, particularidades, devendo ser assim, aberta e para todos. Afinal, qual o papel social da escola? Redentora de uma sociedade individualista, marginalizada e desumana? Uma instituição governamental falida ainda com as portas abertas? São questionamentos sobre os quais, os educadores, sujeitos ativos na busca pela qualidade pedagógica e pela promoção de seus alunos, buscam respostas como forma de nortear suas ações.Ser educador hoje se tornou uma tarefa ainda mais complexa, quando todos esperam, através destes profissionais e instituição, resolver todos os seus problemas e os dos seus filhos. O fato é que tem sido depositada na escola, responsabilidades que não são dela, são antes, uma questão social, que, portanto, envolve o governo, a sociedade civil organizada e a família, referencial da formação do caráter, ética, crença e moralidade do sujeito do processo em questão.Em suma, é evidente e inquestionável que a escola tenha sua co-responsabilidade social, pois compete a esta promover a inclusão, o respeito à diversidade, despertar para a construção do “eu” e a descoberta do “outro”, mas antes dela, compete a família, instituição primeira na vida da criança, desenvolver a afetividade, a sensibilidade, o respeito, os limites, o conviver. A educação ainda é o caminho para a construção de uma sociedade mais igual mas esta é o meio, o princípio continua sendo a família.Referencial BibliográficoLIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública - a pedagogia crítico-social dos conteúdos. - 13. ed. São Paulo, Ed. Loyola,1995.FABRA, Maria Luísa. A nova pedagogia. Rio de Janeiro: Salvat, 1980.

SEM SENTIDO E SEM DIREÇÃO


OPINIÃO:

Hoje li um artigo que falava da possível coalisão de Heloísa Helena e Marina Silva para as próximas eleições presidenciais,e lá se pedia uma opinião do leitor sobre a nova tática eleitoral. Resolvi opinar por aqui...Tenho observado que aquela velha tendência política bipolarizada de Direita e Esquerda se esvaece, e ao menos por aqui no Brasil ,se dissolve como gelo no calor. No frigir dos ovos...é tudo farinha do mesmo saco!O que é esquerda hoje já foi direita ontem...e vice- versa!Por aqui tem gente que confunde até as bússolas!É só olhar a história dos personagens da história!Eu, na qualidade de eleitor,não acredito em tendências,em discursos, em falácias, em gente que chora seu passado pessoal nos palanques, em gente que grita em nome dos menos favorecidos, tampouco em legendas que mutam de letras em todo o tempo e lugar.Eu acredito em pessoas comprometidas com o que fazem, em pessoas cujos atos são congruentes com o que se prega, em políticos que fazem a diferença, em políticos que pensam no todo, em políticas que favorecem o desenvolvimento social e desbravam o futuro.É nisso que eu acredito.Portanto, eu acredito em Papai Noel! Apesar que até ele já anda me decepcionando...Mas se é milagre...não dá para desacreditar...porque eu acredito em Deus.Dfícil mesmo é buscar por Ele, em meio a tantos deuses da terra, ancorados na bipolaridade política e na ingenuidade dos que acreditam em qualquer coisa, vinda de qualquer um.

Dia da Consciência Negra

Dia da Consciência Negra
Zumbi, líder e mártir do Quilombo de Palmares Dia da Consciência Negra: 20 de Novembro
Autora: maria do socorro cardoso xavier

O termo “Quilombos” se origina de “Kilombos”, dos povos Bantos de Angola na África. Desde o século XVI que se realizava o comércio de escravos africanos para o Brasil onde os proprietários rurais utilizavam a mão de obra escrava no trabalho da lavoura da cana-de-açúcar. Os negros constituíram a mão de obra primordial para a riqueza colonial. Foram eles que trabalharam de sol a sol para os proprietários de terras, senhores de engenho exportadores da cana-de-açúcar para outros países. Foram as negras amas de leite dos filhos dos fazendeiros e preparavam os quitutes mais apetitosos. Foram os negros dos quais herdamos o pendor musical em ritmos saudosistas ou alegres. O samba destaca-se como uma criação do negro. Desde os navios negreiros de que fala nosso inesquecível poeta Castro Alves, porta voz dos escravos, os negros exercitavam sua potente voz entoando cantos de saudade, o “banzo” de sua terra nativa, a África.Os negros não eram tão passivos assim, a partir dos duros castigos e trabalho a eles impostos desenvolveram uma revolta, uma vontade de se libertar daquela dura vida. Fugiam e constituíam os Quilombos, comunidades autônomas longe de zona urbana, que se organizavam em aldeias semelhantes a organização social africana de suas tribos de origem. Ali desenvolviam uma economia de subsistência e até comércio, muitos tendo prosperado e atravessado séculos devido o seu isolamento, se denominando de outra localidade. Os Quilombos espalharam-se por vários estados brasileiros, prova da resistência dos negros a escravidão e aos maus tratos da maioria dos senhores proprietários e seus testas de ferro, os cruéis capitães do mato. Houve ocorrência de Quilombos nos seguintes Estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo (Ivaporanduva no Rio Ribeira do Iguape, lugar remanescente de antigos quilombos), Na Paraíba o Quilombo de “craúnas” e “cumbe”, remanescentes do Quilombo de Palmares em Alagoas. A maioria dos quilombos durou pouco devido a repressão violenta dos senhores proprietários de terra e de escravos que recapturava os escravos, punindo-os severa e cruelmente.O maior exemplo de resistência foi dado pelo líder dos escravos, Zumbi em 1695 no Quilombo de Palmares, com mais de 30 mil pessoas, onde lutou até a exaustão sendo exterminado pelas forças repressoras, dos proprietários rurais, representantes da economia agro-exportadora, açucareira.Mais que justa a Efeméride “Dia da Consciência Negra” em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi. Desde o ano de 1960 que se comemora o Dia da Consciência Negra e oficialmente através de um projeto de lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. É dedicado a reflexão sobre a condição e inclusão do negro na sociedade brasileira. Aí ocorre em todo país, nas Universidades, Escolas e outras entidades, debates, palestras, eventos onde se discute inclusive o preconceito herdado da condição histórica a que foi submetido o negro na sociedade colonial, enfim os males daí decorrentes. Preconceito racial, algo desumano e inadmissível.Há séculos os negros foram vítimas de uma sociedade injusta, desigual que colocou o negro numa posição de inferioridade, sendo excluído do mercado de trabalho especializado. Só as tarefas mais grosseiras eram reservadas ao negro. Mesmo com a libertação da escravatura, através da “Lei Áurea” de 13 de maio de 1888, pela Princesa Izabel, filha de Dom Pedro II, último Monarca brasileiro, dando liberdade aos escravos, perdera o trono no ano seguinte em 1889 quando instaura-se a República no Brasil. Fazia parte da bandeira dos abolicionistas e republicanos, - composto por filósofos, poetas, intelectuais da época que combatiam a escravidão e defendiam a República como melhor forma de governo. Podemos citar Joaquim Nabuco, Quintino Bocaiúva, Benjamin Constant, André Rebouças e outros. Influenciados pelas teorias sócio-políticas e práticas no mundo ocidental, herdadas das revoluções liberais que pregaram a liberdade, a fraternidade, igualdade, a exemplo a Revolução Francesa em 1789 e a Inglaterra com sua revolução industrial, via a sociedade escravocrata brasileira como anacrônica e não rentável perante os olhos do capitalismo em evolução. A Inglaterra queria consumidores para seus produtos manufaturados e o Brasil com uma força de trabalho escrava que não auferia salários, estava prejudicando a marcha da ganância capitalista. Defendiam a instauração do trabalho livre, assalariado em substituição ao trabalho escravo. Inicia-se a imigração italiana, alemã e outras sucessivamente para lavoura do café.Acontece que mesmo sendo abolida definitivamente a escravidão no Brasil através da Lei Áurea pela magnânima Princesa Isabel, os negros não tiveram realmente uma liberdade plena sob o ponto de vista de mercado de trabalho. Os negros não estavam qualificados para trabalharem como operários na zona urbana, pois seu ofício era o trabalho na lavoura da cana-de-açúcar e seus derivados nos engenhos. O mercado de trabalho não absorvia a população ex-escrava, ficando sempre à margem, no exercício de atividades de pouca importância e que não garantia sua subsistência, os biscaites. Muito ex-escravos preferiam permanecer com seus antigos senhores pois ali lhes prestavam serviços domésticos, no roçado, enfim muitos ficaram de confiança do proprietário e se constituíram até nos vaqueiros para pegar o gado dos fazendeiros pelo interior do Nordeste.Em síntese foi o negro que legou ao Brasil colonial sua riqueza maior, em força de trabalho, em cultura, multifacetárias manifestações na dança, música, culinária, criatividades, crenças etc. A miscigenação das raças que deu um produto físico exótico, bonito, tipo as mulatas brasileiras.Atualmente no Brasil os negros correspondem a menos de 10% da população; os pardos ou sejam mestiços de negros com europeus e índios chegam a metade da população. Assim a maioria da população brasileira é miscigenada com negros e índios. Quase ninguém poderá dizer que é de raça pura propriamente dita, pois há sempre próxima ou longínqua miscigenação com o negro e isto é digno, bom e saudável.Não é a cor da pele que vai diminuir o ser humano, e sim o caráter, os valores morais e qualidades que trás consigo. Ninguém é superior nem inferior a ninguém, independente de raça, status social. Hoje o negro está ocupando em todas as esferas da sociedade posições de relevo com dignidade e capacidade intelectual. Não resta dúvida que já sofreu abomináveis preconceitos, mas as lutas, os movimentos reivindicatórios, a tomada de consciência do próprio segmento vem se impondo e gerando resultados positivos no sentido de uma libertação mais ampla.Aquela condição degradante do negro de ser escravo, uma peça, isto está sepultado, graças a Deus! Infelizmente há outros tipos de escravidão no nosso mundo de hoje, pleno século XXI. A fome da África e dos países de terceiro mundo, a violência, prostituição, as drogas.O que há de nivelar mais ainda todos os segmentos étnicos é a educação. Através da utilização dos agentes de ascensão social, os negros, índios, tanto quanto quaisquer grupos raciais minoritários terão acesso a todos os serviços da sociedade. Educação nos três níveis para todos, saúde para todos, emprego, renda, todos os bens. Todos são iguais perante a Lei e principalmente diante de DEUS!E viva Zumbi dos Palmares, Mather Luther King e tantos outros representantes dignos da raça negra!
maria do socorro cardoso xavier
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/2009Código do texto: T1934339

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

EDUCAÇÃO X EMOÇÃO

Não há como falar em educação sem que esta esteja atrelada à emoção.É fácil sentir e perceber tal co-relação: lembre-se da primeira palavra que conseguiu ler sem errar. Consegue, lembrar-se da emoção do poder da leitura? Do mundo se descortinando ante seus olhos, das viagens imaginárias nos contos de fadas? Dos príncipes e princesas e do mapa do tesouro escondido?Também é fácil perceber que o ato de educar, está intrinsecamente relacionado a uma teia de emoções que ora são positivas e ora são negativas.Positivas quando torna o aprendizado uma divertida aventura, cheia de caminhos a serem percorridos, cheios de desafios, mas que ao fim do processo, o tesouro do saber será encontrado e as moedas de ouro da aprendizagem encherão nossos olhos de contentamento e orgulho, e uma grande sensação de “eu posso” , “eu consigo” que alimentam a auto-estima nos vêem como a grande recompensa do saber.
Entretanto, a aprendizagem pode ser o pior dos pesadelos, cheio de areias movediças, e com caminhos escuros, que não se chegam a lugar algum, que atormentam nossas crianças, aniquilam sua auto-estima, as tornam introspectivas e retraídas, e com uma sensação insuperável de “eu não posso”, “eu não consigo” e, é aí nesse momento que o sentimento de incapacidade se instala no inconsciente da criança e se tornará uma sombra que andará ali lado a lado com ela. É de fundamental importância em nossa prática docente que saibamos avaliar, em qual estágio se encontram nossas crianças.Se a aprendizagem tem sido uma aventura do saber ou um pesadelo, se estamos conseguindo acionar os passageiros do tempo que existem em cada criança e fazendo com que eles dêem asas à sua imaginação e capacidade de criação e verdadeiramente viajando em cada situação e conseguindo produzir em seu imaginário cada dado ali exposto e traduzindo isso em conhecimento, alimentando nossos pequenos com sonhos a serem realizados, e possibilidades, ou se estamos fortalecendo um imaginário com sombras, com dúvidas, com incertezas, onde lagartos se transformam em dragões assustadores que aprisionam nossas crianças em um labirinto sem saída e que a cada novo dado apresentado se torna ainda mais distante a saída.
Precisamos estar atentos a qual caminho estaremos apresentando e oferecendo a nossos alunos.A educação não deve mais ser tratada como era antigamente, onde não se formavam cidadãos críticos, apenas formavam-se pessoas que repetiam teorias prontas, sem muito o que ser questionado, e em conseqüência disso, perdeu-se o prazer pela educação e esta foi um fardo para muitos, que iam à escola sem saber muito da sua real necessidade, e do real ganho que se teria ali e em conseqüência desse não saber, abandonavam o cominho pela metade, sem colher grandes frutos. A educação tem que ser muito mais que isso, tem que oferecer muito mais que conhecimentos prontos e pré-estabelecidos, precisa proporcionar caminhos. A educação precisa mostrar sua mágica, sua cara e seu encantamento.Essa é nossa função enquanto professores, muito mais que educar, mas encantar, tornar a arte de ensinar um grande aprendizado, mútuo, onde ambas as partes se complementam, porque é impossível dizer que ensinar não anda de mãos dadas com aprender. Cada professor adentra sua sala de aula, com um saber, mas sai desta com outro, cada professor chega com uma visão de mundo, e sai transformado.Essa é a grande mágica da educação! A troca! E se percebermos, não há vida sem troca!

O AMOR NÃO É SUFICIENTE

O amor não é suficiente
· Por Claudia Belfort
“Fiz de tudo para estar ao seu lado. No fim, até ia com ele aos treinamentos. Quando ele estava muito depressivo, eram tempos difíceis. Achava que com amor podíamos superar tudo. Não foi suficiente”. O desabafo feito entre lágrimas é de Teresa, viúva de Robert Enke, 32 anos, goleiro do Hannover e da seleção alemã de futebol que se suicidou esta semana, após seis anos de luta contra a depressão. Enke mantinha seu transtorno em segredo. Temia perder a guarda da filha de 8 meses que o casal adotara – a filha biológica de ambos morreu aos 2 anos vítima de uma doença cardíaca em 2006 - e o tabu contra a doença que, nas palavras do seu treinador, Joerg Sievers, é vista como sinal de fraqueza no meio esportivo.
A frase emocionante da esposa do jogador me fez pensar sobre o papel do amor na depressão. Sua presença ajuda na cura? Sua perda levaria à depressao? Enke viveu as duas situações. Não se pode afirmar que a morte da filha tenha agravado a doença, só a família e seu médico sabem como reagiu à perda. Já a declaração dolorida e frustrada de Teresa revela que ele recebeu muito amor, mesmo assim não resistiu.
Mas será que demonstrações de amor não fazem diferença em casos como esse?
Fazem apenas como fator coadjuvante, explicou a doutora em psiquiatria forense e coordenadora do Departamento de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira de Psiquiatria, Hilda Morana. “A depressão é uma doença e precisa ser tratada com medicação, o amor ajuda na recuperação, não substitui o tratamento”, afirma. O carinho de um parente ou companheiro, no entanto, torna mais confortável a recuperação, mas isso, como alerta Hilda, é comum a todas as doenças.
Idiossincrático o papel do amor, sozinho não pode curar, sozinha, sua quebra pode desencadear a doença. “Não será a causa da depressão”, atesta Hilda. Uma perda, uma separação, me explicou, têm a capacidade de abrir as portas para uma desregulação no cérebro se manifestar. Essa conclusão também está em Luto e Melancolia, de Freud (comentei sobre esse livro há alguns dias) : ” …o luto de um modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. Em algumas pessoas essas mesmas influências produzem melancolia em vez de lutos, por conseguinte, suspeitamos de que essas pessoas possuem uma disposição patológica…”
O ditado “o amor cura tudo” nem sempre é válido.

Fonte: Estadão
Sinapses – a mente também adoece
Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/sinapses/
Acesso em: 13/11/2009

PRECONCEITO

Sempre fui um tanto “prafrentex” e aprendi cedo com meus pais a criar “casca grossa” para resistir a cara feia, gente mal educada, gente injusta. Depois do acidente, quando muitas dúvidas pairavam na minha cabeça e na dos outros, muitas vezes eu tive que engoli seco quando quiseram embutir em mim incapacidades, dificuldades inexistentes para seguir adiante, obstáculos que, para o outro e não para mim, eram intransponíveis.
Não ter nascido num berço abastado, infelizmente, pode embutir na cabeça da gente, sobretudo quando se é ‘deficiente’ ou seja, supostamente inferior ao outro também fisicamente (pelo menos na demência de alguns), a ideia de que ser vítima de preconceito é mais um fardo necessário de se carregar. Galera, esse tempo já era. Se queremos um mundo mais acessível e justo pra esse pessoal que não anda, que não vê e que não ouve, é preciso empunhar o rigor da lei na cara de quem nos desrespeita, nos vê como seres de segunda categoria e acha que pode nos destratar e humilhar. A história que li num blog de uma advogada mineira de Poços de Caldas Ana Carolina Gonçalves Costa, 27, que é cadeirante, intriga a gente pela crueldade, mas nos aponta um rumo futuro, uma maneira de fazer a diferença para nós mesmos. Vejam só:
“Durante toda a minha vida, nunca tinha passado por nenhuma situação de preconceito direto... algumas situações, às vezes, se tornavam constrangedoras para mim, mas era visível que tratava-se de puro desconhecimento por parte do estranho e não chegava a interpretar como má-fé”.
Contudo, há cerca de um mês, a Aninha sentiu aquele gosto amargo de ser destratada, ser ofendida e ser vítima de preconceito direito.
“No início do ano de 2008, estava comprando móveis para o meu escritório, e me dirigi a uma loja para ver algumas cadeiras que estavam na vitrine e que me interessaram. Para entrar no local, é preciso subir alguns degraus, por isso minha mãe entrou, perguntou o preço, forma de pagamento e ficou como intermediária. O dono da loja chegou inclusive a levar a cadeira até a rua para que eu visse e, inclusive, fiz os cheques para pagar ali mesmo”.
Pô, comigo isso já aconteceu várias vezes também. Quando eu não caibo na goma, peço pro vendedor me atender na calçada, na rua, tem miséria, não... na real, tem a miséria do dono da loja que não faz um acesso, né, não?!
“Após alguns dias da compra fiquei sabendo que a loja tinha um acesso lateral com rampa, e me perguntei o porquê do proprietário da loja não ter me convidado a entrar. Passou... Agora,depois de um ano, voltei ao local para ver alguns móveis para minha casa... Ao chegar vi que a porta lateral estava fechada e com um espelho enorme encobrindo a passagem. Solicitei a um funcionário que estava por ali que abrisse o acesso. Ele argumentou que o espelho era grande e que não havia como tirá-lo. Não concordei, sob o argumento de que era tão difícil ter uma rampa decente e onde ela existisse eu não podia admitir que fosse barrada. Então, o rapaz disse que iria procurar alguém para ajudá-lo a tirar o espelho e abrir a porta... assim, subi a rampa e fiquei esperando ao lado da porta.”
Criançada, entenderam tudo até aqui? Rampa de enfeite, acesso bloqueado, o sol na cabeça, a moça ali criando “reiva” da “situation”....
“Percebi que não havia movimentação alguma atrás da porta, mas mesmo assim resolvi esperar para ver no que ia dar. Alguns minutinhos depois o mesmo dono da loja, que já havia me atendido um ano antes, veio ao meu encontro e inteligentemente perguntou se eu queria entrar. Obviamente respondi que sim e obtive a resposta de que ele não possuía chave daquela loja. Ao ver minha indignação com tamanha falta de senso, cidadania, respeito e vivência no século 21, ele tentou me consolar...”
Agora, percebam a sordidez do cara. A má vontade, o “fatalit” que ele deu na Aninha, que a deixou em prantos...
“Ele disse que, mesmo que tivesse a chave, eu não poderia entra na loja dele, pois não havia espaço físico para me receber. Na minha profissão, tenho que ter sangue frio para resolver as mais diferentes situações, mas quando a injustiça bate a nossa porta.... Meu sangue ferveu, comecei a chorar e liguei para a polícia, para que aquela situação ficasse documentada.”
Esta atitude que a Ana tomou é fundamental. A polícia serve pra isso. Pra defender o cidadão e garantir que a lei seja cumprida. No caso, o direito de ir e vir foi violado, a meu ver, além de a atitude do cidadão ser claramente discriminatória. Oras, ele que tirasse tudo lá de dentro para que ela se movimentasse dentro da espelunca....
“Naquele momento não sabia ao certo se estava sendo vítima de um crime, mas sabia que alguma atitude eu tomaria. Tentei, com ajuda de uma amiga delegada, encaixar o ato em todo tipo penal que lembrávamos, mas não conseguimos nada.... A lei n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989, que estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência, não havia nada que me protegesse”.
Pra completar o clima tenso, a Ana ainda teve de aguentar a provocação da filha do dona da loja, um projeto de ”nadia”, com cerca de 18 anos, que dizia que não havia nada a fazer e quem se daria mal era a “deficiente”.
O “nádio” que se preza não pensa duas vezes em falar assim: “Ocê é revoltado. Ocê é mal amado porque não pode andar. Ocê é bravo assim porque sua mãe te deixou cair do berço e ficou todo bagunçado. Ocê devia era ficar em casa em vez de querer melhorar os acessos da rua. Ocê é magoado com mundo porque tem as canela seca”.
Que falta faz um estilingue certas horas, né?
“O policial constatou que realmente a porta estava obstruída...O dono da loja, na cara dura, mentiu dizendo que me dera a opção de esperar para que um chaveiro viesse abrir a porta. No final das contas, ele não admitiu que estava errado”. Bem, essa história poderia acabar com mais um sapo engolido por uma pessoa com deficiência que se lasca vivendo em um mundo paralelo, mas, a Ana pegou seu estilingue, seu cajado da insatisfação e foi pra guerra... “Como brasileiro só aprende quando sente no bolso, formulei uma Ação de Indenização por danos morais, com fundamento no direito de ir e vir de qualquer pessoa, bem como na reparação prevista na Constituição Federal e no Código Civil sempre que alguém cometer um ato ilícito.”
Pessoal, a primeira audiência é no dia 8 de setembro e eu vou estar atento ao resultado. Vejamos que olhar terá a Justiça diante desse constrangimento, dessa marca que fica no coraçãozinho e mente da gente pro muuuito tempo. O reparo pedido é o máximo pedido em um Juizado Especial nos casos de o postulante ter advogado constituído: 40 salários míninos
“Qualquer um, mesmo não sendo advogado, pode entrar com uma ação dessas em sua cidade, desde que estipule como valor da causa uma quantia até 20 salários mínimos.”
**Garimpado em “Assim como você”

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