Todos sabem que a questão da qualidade está em primeiro lugar na lista de prioridades de uma empresa. Porém, falar em qualidade de seus produtos sem contabilizar a qualidade de seus funcionários não é um bom caminho. Nas escolas públicas este fator de avaliação ainda deixa a desejar, na maioria das vezes só discurso. Para se ter uma escola de qualidade é importante manter as condições básicas de funcionabilidade; infra-estrutura básica, funcionários estimulados e alunos inseridos e incluídos no contexto educacional. Mas, como fazer isso sem que mude a postura e a prática pedagógica? A situação encontrada na Escola Nosso Lar , a princípio caótica, onde se quer tinha um bebedouro para os alunos tomar água, salas sucateadas, banheiros depredados, até por eles mesmos, e de quem é a culpa ? Será que esse quadro apresentado seria um viés para a violência na escola ? Reportando ao texto enviado anteriormente, ratifico o exposto, onde considero que todo e qualquer esforço no sentido de entender ou identificar as razões que promovem tamanha violência nas escolas públicas, passa necessariamente por uma análise conjuntural da sociedade onde a escola está inserida, prioritariamente nos aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, dentre outros. Estes são constituintes de toda a base geradora de todos os conflitos, disparidades, se contrapondo com o processo do fazer educação na nossa sociedade e na nossa escola. Essa mesma sociedade terá que se organizar e insurgir-se ativamente contra este fenômeno. De igual modo, a escola terá que ajustar os seus conteúdos programáticos e acercar-se mais às crianças. Devido às exigências dos aspectos citados, as famílias muitas vezes destituem-se da sua função educativa, delegando-a à escola. No meio de toda esta confusão, estão as crianças, que, atuam conforme aquilo que observam e agem consoante os estímulos do meio. Meio esse que por vezes oferece modelos de conduta e referências positivas questionáveis. Nos deparamos também com o medo dos professores diante da violência motivada pelo tráfico de drogas nas escolas públicas da periferia de Maceió e como tudo isso interfere no processo pedagógico, o que pode justificar ou compreender por que a escola de certa forma silencia diante dessa violência, e se põe num dilema entre denunciar e não denunciar. Outro ponto polêmico também envolve a atuação e a postura dos professores diante dessa realidade e entre as influências do contexto em interação com esses sujeitos específicos
dentro da escola.
Por Ricardo Oliveira
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