sábado, 17 de abril de 2010

ESPORTE, ESCOLA E CIDADANIA (resenha crítica)

E qual é o papel da educação e da escola nesse contexto? Se entendermos que a educação é um processo de construção coletiva, contínua e permanente de formação do indivíduo, que se dá na relação entre os indivíduos e entre estes e a natureza, a escola é, portanto, o local privilegiado dessa formação, porque trabalha com o conhecimento, com valores, atitudes e a formação de hábitos. Dependendo da concepção e da direção que a escola venha assumir, esta poderá ser local de violação de direitos ou de respeito e de busca pela materialização dos direitos de todos os cidadãos, ou seja, de construção da cidadania. Entendemos que um projeto de escola que busque a formação da cidadania, precisa ter como objetivos: tratar todos os indivíduos com dignidade, com respeito à divergência, valorizando o que cada um tem de bom; fazer com que a escola se torne mais atualizada para que os alunos gostem dela; trabalhar a problemática da violência e dos direitos humanos, a partir do processo de conscientização permanente, relacionando esses conteúdos ao currículo escolar; incentivar práticas desportivas, comportamentos de trocas, de solidariedade e de diálogos. E para Vera Candau e outras (1995), é importante que "a escola seja um espaço onde se formam as crianças e os jovens para serem construtores ativos da sociedade na qual vivem e exercem sua cidadania" e essas autoras, referendando Sime (1991), chamam a atenção no sentido de que esta proposta educativa deve ter como eixo central a vida cotidiana, vivenciando “uma pedagogia da indignação e não da resignação”.
No entanto, realmente não precisamos que a escola seja modificada para ser simplesmente lúdica, é preciso dar autonomia a todos os componentes curriculares, incluindo a educação física . Não queremos formar seres insensíveis e sim seres capazes de se indignar, de se escandalizar diante de toda forma de violência, de humilhação. “A atividade educativa deve ser espaço onde expressamos e partilhamos esta indignação através de sentimentos de rebeldia pelo que está acontecendo”. Assim,acreditamos que esta deva ser a nossa utopia, Aida Monteiro(2005). Podemos encontrar ainda a eterna dicotomia existente entre a teoria e prática da educação física, passando pela formação dos profissionais, numa divisão da ciência em exatas e humanas diferenciando as ciências físicas e biológicas das ciências sociais, considerando que a mesma tem sofrido uma auto-crítica, podemos pensar o esporte como parte deste campo de estudo sendo ele tratado como “fato social total”. A sociedade brasileira vive, hoje, em relação ao esporte, um excepcional momento, caracterizado pela consciência de que o setor é fundamental para garantir às parcelas mais carentes da população o direito à cidadania plena.
Prof. Ricardo Oliveira de Lima

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