sexta-feira, 17 de julho de 2009

CONVENÇÃO

Especialistas criticam projeto sobre direitos das pessoas com deficiência
Escrito por Luzia
Qui, 25 de Junho de 2009 22:45

Representantes de vários segmentos organizados em defesa das pessoas com deficiência criticaram nesta quinta-feira (25) proposta em tramitação que altera a Lei 7.853/89, que dispõe sobre os direitos da pessoa com deficiência. De autoria do senador José Sarney (PMDB-AP), o projeto (PLS 112/06) foi discutido em audiência pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde está sendo relatado pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). A representante da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência (Corde), Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior, afirmou aos senadores que qualquer norma brasileira sobre deficiência precisa estar adequada à Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil no ano passado, após ser aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional. Ela lembrou que o projeto de Sarney não pode ser considerado uma afronta à Convenção, pois foi apresentado em 2006, antes, portanto, da ratificação da convenção pelo Brasil. Afirmou, entretanto, que há vários ajustes a serem feitos na proposta, que trata, por exemplo, da questão da reserva de mercado para os deficientes como uma atitude assistencialista. - Temos que tomar cuidado com a questão assistencialista, pois o empresário, hoje, considera que a capacitação dessas pessoas é fundamental - afirmou Izabel Maria.Para a representante da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência (Ampid), Maria Aparecida Gugel, o projeto precisa ser melhor discutido com a sociedade brasileira. Caso contrário, opinou, deve ser arquivado.- Que visão é essa que tem o Brasil de que a pessoa com deficiência precisa de assistencialismo? Esta casa precisa conhecer um pouco sobre os avanços sociais conquistados na área da deficiência - avisou Maria Aparecida, para quem a pessoa com deficiência precisa é ter oportunidades de educação e de preparação para o mercado de trabalho.Qualificação profissional Acesso a educação também foi apontado pela representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Loni Elisete Manica, como fundamental para a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Para ela, a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho só se dará pela qualificação profissional, pois as empresas não querem contratar deficientes somente para cumprir uma cota exigida pela lei. - O emprego ocorre com a inclusão no sistema escolar. A pessoa só vai ter dignidade na empresa se tiver escolaridade. A mesma opinião tem a portadora de deficiência e representante do Centro de Vida Independente (CVI), Flávia Maria de Paiva Vital, para quem os deficientes estão cansados de serem tratados como "coitadinhos".- Querem nos tratar assim porque muitas das nossas leis ainda têm ranço no assistencialismo. Precisamos é de ensino de qualidade para todos. Já se foi o tempo em que pedíamos permissão para entrar. Já entramos. Hoje lutamos para estarmos contemplados no plano de cargos e salários - afirmou Flávia Maria, que defendeu uma discussão ampla do projeto de Sarney, bem como de outros tantos sobre o assunto em tramitação nas duas casas do Congresso. Na opinião do coordenador da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Marco Antônio Pellegrine, o grande problema do PLS 112/06 é não ter sido discutido com segmentos de organizações civis especializados em deficiência antes de ter sido apresentado ao Senado. Portador de deficiência, ele defendeu o sistema de cotas para os deficientes no mercado de trabalho.- O grande motor da inclusão é essa pressão que a lei de cotas tem colocado - garantiu Marco Antônio. A conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Laís Figueiredo Lopes afirmou que não é mais possível, na sociedade moderna e principalmente após a ratificação da convenção da ONU, não reconhecer a plenitude da capacidade das pessoas com deficiência. - A grande conquista da convenção é justamente esse olhar diferente sobre os deficientes. Hoje, trabalhamos com a perspectiva de que eles não precisam mais de um apoio especial, pois já são direitos conquistados - observou a representante da OAB.
Valéria Castanho / Agência Senado

terça-feira, 14 de julho de 2009

MELHOR IDADE



Morando sozinha há pelo menos quatro anos, ela resolve tudo, dentro e fora de casa: arruma as coisas, cozinha, lava, faz compras, paga suas contas e ainda arruma tempo para sair com as amigas, viajar e curtir uma de suas paixões, que é a fotografia. Com um perfil que se encaixa no de muitas mulheres independentes de hoje em dia, a personagem em questão tem inacreditáveis 85 anos. Viúva, Dona Catharina Medeiros mora sozinha há pelo menos quatro anos, na mesma casa onde vive desde 1945. Mãe de três filhos, avó de três netos e uma bisneta, ela conta que sua casa sempre foi cheia. "Tinha umas vinte pessoas aqui em casa. Depois uns foram casando, outros morreram e a última que dividiu a casa comigo foi a minha neta, que ficou aqui até os 16 anos", diz ela. Perguntada sobre o lado bom e o ruim de morar sozinha e ser considerada uma idosa independente, Dona Catharina revela que se sente feliz, realizada e destaca a liberdade de fazer o que quer e do jeito que quer como o melhor lado: "Vou para onde quero, quando quero... e não sei o que é solidão. Pra mim, não existe lado ruim".Ela conta que uma das filhas a convida sempre para morar com ela, mas recusa com o argumento de incompatibilidade de gênios: "Gosto de viajar, de receber as pessoas. E ela não gosta de nada disso. Prefiro estar em minha casa", afirma. Segredo Enquanto nos mostra algumas das inúmeras fotos que ela faz questão de tirar em todas as viagens que faz pelo clube da terceira idade que freqüenta, ela fala com especial carinho sobre a excursão que participou no ano passado, pela Argentina. Continuando a conversa, Dona Catharina diz que não tem nenhum problema de saúde nem se preocupa com morte ou doença. "Não como de tudo porque respeito a minha idade. Evito doces e comidas carregadas, só isso", diz a idosa, revelando o segredinho dos bem vividos 85 anos. Agilidade Na casa dos 60, Antônio Araújo, ou "Seu Antônio", é conhecido pela agilidade em seu local de trabalho, onde sobe e desce diariamente vários lances de escada, correndo com documentos de um setor para outro e lidando com o público sempre com um sorriso bem humorado e disposição de dar inveja. Aposentado, há cerca de dois anos ele retornou ao serviço público como prestador de serviço. "Logo que me aposentei, passei cerca de seis anos sem trabalhar, mas não me adaptei a ficar somente em casa. Quando recebi o convite achei ótimo, porque já estava entediado com a aposentadoria", conta ele. Antônio divide a casa com a esposa, dois filhos solteiros e duas irmãs, uma de 70 e outra de 81 anos. "Também sou eu que cuido da parte financeira da casa", conta orgulhoso. Assim como Dona Catharina e Seu Antônio, é cada vez maior o número de idosos que assumem as rédeas da própria vida, fazendo questão de manter sua independência, seja morando sozinho, voltando a trabalhar ou estudar, freqüentando clubes e academias de ginástica e contribuindo para acabar com o preconceito que ainda ronda a terceira idade.Aumento da longevidade deve diminuir preconceito. O Brasil já possui a sexta maior população idosa do mundo - cerca de 18 milhões de pessoas com mais de 60 anos, ou quase 10% do total de brasileiros - número que deve dobrar em pouco mais de dez anos e chegar a 64 milhões em 2050, de acordo com projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo especialistas, essa mudança no quadro populacional deve provocar também mudanças profundas de comportamento no País. O aumento da expectativa de vida vem reforçar um antigo ditado: cada um colhe aquilo que planta. A idéia permeia a visão do economista e sociólogo Eduardo Giannetti, de São Paulo. Segundo ele, as escolhas feitas hoje são decisivas para definir a qualidade de vida futura, em todos os setores. E isso já está sendo observado pelas gerações atuais: "A longevidade nos leva a refletir sobre a juventude. É nesta a etapa da vida que fazemos escolhas que irão ter impacto sobre as décadas seguintes, até o final da vida", argumenta. Giannetti prevê ainda uma mudança positiva com o aumento da longevidade: a diminuição do preconceito contra idosos. "A supervalorização da juventude vai ficar cada vez mais anacrônica porque as pessoas perceberão que deverão passar a maior parte de suas vidas como adultos ou idosos", finaliza.
por Vanessa Alencar

LAMENTO DO VIZINHO

Desde o fim da Guerra do Paraguai, nos idos de 1870, Brasil e Argentina se acotovelam pela liderança da América do Sul. Tradicionalmente esta tem sido uma disputa burra, pois os dois países têm fracassado na consolidação de destaques expressivos, e têm levado, juntos, bolas nas costas de outros “hermanos” como o próspero e ágil Chile. Mas, como se a América do Sul se limitasse a essas duas nações, brasileiros e argentinos seguem incentivando suas rivalidades, incapazes de trabalharem em conjunto, buscando implementar ondas positivas para os dois países.Pende hoje a gangorra para o lado brasileiro. Além do indiscutível triunfo no futebol, os brasileiros avançam sobre empresas argentinas, adquirindo o controle acionário de vários empreendimentos tradicionais entre os portenhos. Refletindo o clima de frustração geral, o jornal econômico argentino El Cronista Comercial estampou (logo depois dos três a zero na decisão da Copa América) essa emblemática manchete: “Também nos negócios, a goleada é brasileira”.Continua o jornal portenho: “Nos últimos anos, os industriais brasileiros se apossaram dos sapatos que os argentinos calçam, da cerveja que bebem, da carne que comem, da gasolina com que abastecem seus carros, do cimento com que constroem suas casas”.Tem sua razão de ser, o lamento portenho, pois o momento não lhes é favorável. Porém, nem os argentinos devem chorar por isso, nem os brasileiros têm o que festejar – pois tudo que é (aparentemente) sólido tem-se desmanchado no ar. A médio e longo prazo não existe segurança da continuidade do que quer que seja em termos de rumo dessas economias, sempre potencialmente fortes e permanentemente problemáticas. O melhor mesmo seria uma unidade mais sólida entre nosotros, latino-americanos, para enfrentarmos a selvageria globalizada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

SEMINÁRIO "EDUCAÇÃO ESPECIAL"

Aconteceu no último dia 04 de Julho o 4º SEMINARIO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL na Escola Estadual Pedro Reis em Arapiraca. O evento foi promovido por um grupo de professores envolvendo alunos e comunidade. Foram debatidos diversos tipos de deficiência e suas formas de INCLUSÃO. Vários paletranstes prestigiaram o seminário, inclusive esse tiozinho que vos fala, abordando acessibilidade e inclusão através da Escola. Iniciativas como essa devem ser seguidas por vários segmentos da sociedade, buscando assim um único objetivo de oferecer uma vida dígna e igualitária para todos.

HANDEBOL EM CADEIRA DE RODAS

A partir da memória de licenciatura do Curso de Graduação em Educação Física da UERJ, da aluna Marcelle Dória em 1999 e do desenvolvimento e prática atual de um Projeto Social, no Núcleo do 1º Batalhão de Guardas, vinculado à Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, percebeu-se a necessidade e possibilidade de criar o handebol para cadeira de rodas. Que tem como objetivo proporcionar e facilitar a integração e socialização do portador de deficiência física, com o propósito de atender, principalmente, atletas de lesões medulares (C5/C7), de origem congênita ou adquirida. Já que estes, teriam a possibilidade de praticar e desenvolver o handebol para cadeira de rodas, pela especificidade do esporte, o que não impossibilita os atletas citados. Com isto, o handebol para cadeira de rodas possibilita o atendimento para essa camada de portadores de deficiência, seguindo as devidas adaptações nas regras do desporto e no Sistema de Classificação, utilizado pela International Stoke Mandeville Weelchair Sports Federation, cujas adaptações podem sofrer mudanças devido às necessidades apresentadas. Aqui em Maceio, já estamos tentando implantar essa nova modalidade esportiva. Aguardem novidades.

CARTEIRA DE MOTORISTA

Gente, o ano tá passando rápido, né não?* E por falar em ano, no começo de 2008 tive que tentar colocar em prática um objetivo, dentre tantos em minha vida, a de viver aquela maratona deliciosa e básica de tentar renovar a minha carteira de motorista, lógico que agora na condição de portador de deficiência. Tá certo que minha tarefa não é das mais fáceis, mas não custava nada tentar.
Galera, quase todos os deficientes físicos podem dirigir, sabiam? “Verdadchi”! A tecnologia ajuda até aqueles “tetrões”, aqueles “mamulengões” que conseguem mexer apenas um pouco os braços e o pescoço a conduzir uma charanga, bom pelo menos em alguns estados. E dirigir dá uma independência danada pra gente. Eu sei que um carro no Brasil ainda é muito caro e que as adaptações, em alguns casos, custam quase a metade do valor do próprio veículo, mas a gente tem um salto na qualidade de vida conduzindo aquele fuscão preto, aquela Brasília verde, aquele Fiat 147. Prometo que em breve conto um pouco sobre comprar um veículo, sobre como são as adaptações, sobre isenções de impostos, mas deixa eu voltar para a CNH.
Primeiro, você paga uma taxa no DETRAN e agenda uma “perícia médica” para “verificar” a condição do camarada e quais adaptações serão necessárias para se obter o “êxito’ na solicitação. Caso o caboclo “passe” na perícia é necessário se matricular numa autoescola que, segundo a legislação,deve ser acessível para os portadores de deficiência.. Beleza, toca pra própria autoescola (agora é tudujunto, mesmo, viu?) , após morrer em outra taxa. Como o pão de pobre cai sempre com a manteiga pra baixo, nem o DETRAN nem as autoescolas estão preparados para a “acessibilidade”. Salas apertadas, sem banheiro adaptado, instrumentos e métodos de avaliação ultrapassados, carros não adaptados e por aí vai.......
“Senta aqui na recepção que logo o médico te chama”, disse a mocinha. (eu juro que já estava sentado, juro!). Chovia lá fora !
Quis beber uma aguinha para me recuperar de tantas emoções. O bebedouro era alto e ficava num canto que a minha cadeira quase que num chegava. Beber água pra quê com tanta chuva lá fora, né? A médica era uma simpatia. Talvez ela nem lembrasse de quando deu um sorriso. Como eu sou muito sério, a gente quase brigou.
“Vê se você consegue colocar o queixo aqui nesse instrumento pra eu examinar sua vista”, apontou a médica pra um troço que nem sei descrever como era.
“Num dá, não, é alto demais.”
“Você não consegue ficar em pé nem um pouquinho”. (As pessoas adoram perguntar isso pra cadeirante )
“Não”.
“Ah, então deixa pra lá.”
Depois ela pediu pra eu colocar os “zóios” numa espécie de binóculos e dizer umas letrinhas. Errei várias, logicamente porque uso óculos, mas ele sentenciou:
“Sua visão é ótima”!
Agora vem aquela parte, o tcham, tcham, tcham... Se eu tivesse um estilingue na hora, eu faria miséria naquele lugar. Com o resultado do exame na mão, a simpática médica me diz que não estou apto a dirigir , isso com exames totalmente fora de contexto.
“Olha, se você quiser, depois de algum tempo você marca outra perícia para ver seu “progresso”, pagando novas taxas lógico, a gente pode estar “avaliando’ você novamente .”
“Galera”, me senti ofendido demais com aquilo. Acho legítimo cobrar para que a gente tenha a comodidade dos serviços oferecidos, de que alguém tire a documentação pra gente, mas, abusar da condição física dos outros é de chorar pelado. Tenho contatos com alguns amigos de outras cidades e, muito mais comprometidos fisicamente que eu, e que conseguiram tirar sua carteira de motorista. Aparelhos e métodos atualizados, é isso. Naquela local, onde quase não havia cadeira e quem chegava de muleta, de andador tinha de ficar em pé, eles simplesmente se aproveitam da dificuldade de locomoção do povo da Matrix para achacar oferecendo um “serviço”, são os “corretores” de autoescolas.
Em tempo: Tenho outras histórias de gente que queria tirar vantagem da dificuldade de deslocamento das pessoas portadoras de deficiência que conto em outra oportunidade.
Oferecer um serviço de comunidade para quem é deficiente, é legítimo, mas de forma clara e honesta. Tirar vantagem, poderia até ser considerado crime. Se é que já não é, né, não?!

Um conto pessoal baseado no post de Jairo Marques

VOLTA


Galera, depois de algum tempo sem postar, aqui estou de volta com toda força. Abraço a todos.

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